Jaminus Quedaros de Aquino era advogado criminalista e ex-policial civil. Suellen Rodrigues foi morta enquanto levava filhos para escola. Defesa não quis se manifestar. Advogado Jaminus Quedaro é procurado pela polícia do Paraná
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A Seção do Paraná da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) excluiu Jaminus Quedaros de Aquino do quadro de profissionais registrados. Ele é réu pelo feminicídio da ex-esposa Suellen Rodrigues, morta a tiros na frente dos filhos dela enquanto os deixava na escola, em Curitiba.
O caso aconteceu em 2022. À época, segundo a investigação, Suellen tinha fugido de Prudentópolis, na região central do estado, para recomeçar a vida na capital. Os filhos, de 10 e 7 anos, iriam para o primeiro dia de aula. Relembre o crime abaixo.
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A decisão é de janeiro deste ano, mas foi divulgada na quarta-feira (26). Com a exclusão, ele não pode mais exercer a advocacia.
Segundo a OAB, Jaminus se tornou “moralmente inidôneo para o exercício da advocacia”. Ele está preso na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV).
O júri popular do acusado está marcado para os dias 12, 13 e 14 de maio, no Tribunal do Júri de Curitiba.
O g1 procurou a defesa do acusado, que não quis se manifestar.
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Jackson Bahls, advogado da família de Suellen, disse que a decisão da OAB foi acertada.
“Traz um mínimo de alento à família que sofreu por tantos anos a impunidade […] Felizmente, posições duras como esta da OAB devem ser tomadas para aqueles que pouco se importam com a vida humana, muito menos com a sua profissão”, falou.
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Suellen era de Prudentópolis, na região central do estado
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O crime
Suellen foi morta a tiros na frente da Escola Municipal Professora Donatilla Caron dos Anjos no bairro Uberaba.
Câmeras de segurança registraram que o carro onde estava o assassino estava estacionado em frente à escola. Suellen aparece caminhando com o filho de dez anos e a filha de oito, quando o homem sai do carro correndo em direção a eles. Assista abaixo.
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Depois de uma discussão de pelo menos 40 segundos, o homem disparou contra a vítima. Suellen morreu no local.
Após a morte da mãe, as crianças foram acolhidas pelo conselho tutelar e depois foram encaminhadas para os avós maternos.
A Justiça recebeu a denúncia do Ministério Público do Paraná (MP-PR), que sustenta os agravantes por motivo torpe, mediante emprego de meio que resultou perigo comum e feminicídio.
Além disso, constam na denúncia causas de aumento de pena, uma vez que o crime foi praticado na presença dos filhos do casal e cometido em descumprimento à medidas protetivas que foram impostas anteriormente.
Suellen relatou medo de Jaminus em mensagens
Áudio enviado por mulher antes de ser morta pelo ex mostra que ela temia pela própria vida
Mensagens de áudio e texto enviadas por Suellen Rodrigues antes de ser morta pelo ex-marido em Curitiba revelam o medo que ela tinha de Jaminus Quedaros de Aquino.
Em um áudio, Suellen relatou, chorando, uma briga entre os dois. Na ocasião, ela já tinha a medida protetiva e denúncias contra Jaminus. Ouça acima.
Em diversas mensagens de texto, Suellen reforçou para a advogada que a atendia, em diferentes datas, que tinha medo do ex-marido.
Relatava, também, que o advogado tinha comportamento agressivo.
Suellen Rodrigues relatava por mensagens medo que tinha do ex-marido
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