Raiva em gados tem baixo registro no Amapá
Marcelo Loureiro/Secom/Divulgação
Um baixo número de casos de raiva em herbívoros de gados foi registrado nos últimos anos, no Amapá, segundo dados da Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária do Estado (Diagro). Um dos motivos, pode ser a não notificação dos casos aos órgãos competentes.
A raiva é uma doença altamente infecciosa e grave, que pode contaminar qualquer mamífero, incluindo o ser humano.
O principal transmissor da doença é o morcego-vampiro ou morcego-hematófago, que possui sangue como o principal alimento.
O morcego-vampiro-comum é hematófago, por isso se alimenta do sangue de mamíferos como cavalos e bois.
Maria Clara Nascimento/Arquivo Pessoal
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De acordo com a Ana Carolina Moura, que é médica veterinária e fiscal agropecuária estadual da Diagro, há dois principais motivos para o baixo número, são eles:
A ausência da notificação dos produtores aos órgãos competentes;
Áreas preservadas ambientalmente que permitem que os morcegos vivam plenamente longe das criações.
“Nos últimos anos, em 2008, depois em 2015/2016 e depois em 2020/2021, a gente tem cerca de 8 ou 9 casos confirmados de raiva em herbívoros no estado. É muito pouco, se a gente comparar com os outros estados, que é uma doença endêmica, de centenas de casos nos animais, é pouco. Isso pode ser em decorrência de a gente ter muitas áreas de preservação, mas também ocorre uma subnotificação, um silêncio dentro do estado”, disse Ana.
Sobre a doença
Os sintomas da raiva em herbívoros incluem:
Paralisia dos membros;
Andar cambaleante;
Isolamento do animal;
Paralisia da deglutição;
Hipersalivação.
Se detectados os sintomas no animal, a Diagro deve ser imediatamente comunicada. Após a notificação, um planejamento de atividade será feito e o deslocamento ao local organizado, conforme fases da lua e período adequado.
A captura de morcegos é realizada por uma equipe da agência de defesa altamente capacitada e imunizada contra a raiva.
“Somente pode-se fazer a captura do morcego hematófago, das outras espécies não pode.É um animal protegido por lei, tem que ter uma capacitação adequada, tem que ter um material exclusivo e todos os nossos fiscais e veterinários são devidamente imunizados”, contou.
No Amapá, a doença não é erradicada, mas é controlada com as vacinas. A médica da Diagro alertou que a vacinação é voluntária e pode ser aplicada pelo próprio produtor em duas doses, com um intervalo de 30 dias, e é necessário reforçar anualmente.
“Sintomas muito inespecíficos, é comum em muitas doenças, então só quem vai saber identificar é o veterinário que está capacitado para isso ou através da coleta de material que a gente leva pro laboratório, que vai confirmar o diagnóstico”, completou.
Registros de ataques
Regiões como Mazagão, Santana, Serra do Navio e Pedra Branca têm relatos de animais atacados por morcegos, segundo a Diagro. A presença de áreas de preservação e florestas próximas às propriedades rurais aumenta o risco de ataques.
“Em algumas regiões, os ataques de morcego aos gados são comuns. Nós vivemos perto de áreas de preservação, de floresta que é o ambiente natural dos morcegos, eles tendem a atacar quando ocorre um desequilíbrio. Então quando tem desmatamento, alguma alteração ambiental, que o ser humano invade a sua área e ocorre esse desequilíbrio no ecossistema deles, eles tendem a se alimentar de outras fontes, como o gado”, explicou Ana.
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