Adolescentes do Amapá participaram da Genius Olympiad, em Nova Iorque, e conseguiram bolsas para estudo no Rochester Institute of Technology (RIT). Estudantes de escolas públicas do Amapá são premiados em feira científica internacional
Três estudantes de escolas da rede pública do Amapá foram destaque na Genius Olympiad, uma das maiores feiras científicas internacionais sobre sustentabilidade, que aconteceu em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América, entre os dias 9 à 13 de junho.
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Carlos Antony e Guilherme Alvim, ambos da Escola Estadual Elias Trajano em Porto Grande, e Débora Almeida, estudante da Escola Estadual Mário Quirino em Macapá, conquistaram bolsas de estudo no Rochester Institute of Technology (RIT), onde o evento aconteceu.
Estudantes amapaenses foram destaque em feira científica internacional
Divulgação/Glauber Ribeiro
Na feira, foram inscritos ao total 2.723 projetos de 84 países. Desses projetos, 832 foram selecionados. Apenas 33 projetos foram selecionados em todo o Brasil, 3 deles são de Macapá e Porto Grande.
Estudante de Porto Grande foi destaque em feira científica internacional
Divulgação/Glauber Ribeiro
Projeto Reciclo BOT
O Carlos Antony, de apenas 17 anos, foi destaque no evento. O aluno da Escola Estadual Elias Trajano, é promissor no cenário científico internacional. O adolescente, além da bolsa, conquistou uma Honorable Mention, ou Honra ao Mérito, pelo projeto Reciclo BOT.
Carlos Antony recebeu menção honrosa no evento
Divulgação/Glauber Ribeiro
O projeto de Carlos, se trata de um robô de monitoramento ambiental feito de materiais recicláveis, o que garantiu a bolsa de US$ 14 mil por ano para cursos superiores na RIT.
Robô sustentável destaque em feira científica nacional é de autoria de estudantes amapaeses
Divulgação/Carlos Antony
“Nosso objetivo era criar uma ferramenta de baixo custo para monitorar a fauna e a flora da Amazônia. Conseguimos desenvolver um protótipo eficiente com peças descartadas. [..] Agora, vamos mostrar que o Amapá também produz ciência de nível internacional”, disse.
Projeto Reciclo BOT foi destaque na feira
Divulgação/Glauber Ribeiro
Carlos explicou que o projeto surgiu a partir da percepção do descarte incorreto de lixo na região amapaense, o que gera um grande prejuízo ao meio ambiente.
“Não foi somente da minha autoria, como também de meus amigos e colegas, Gustavo Braga e Pablo Cleo, que é o robô para monitoramento ambiental, introduzido na floresta amazônica, de baixo custo, acessibilidade e monitoramento dentro da floresta amazônica. Tendo em vista os problemas internos que nós temos aqui na região norte do Brasil e até mesmo fora da região” , disse.
Três adolescentes da Escola Elias Trajano são os responsáveis pelo projeto Reciclo BOT
Divulgação/Carlos Antony
O professor orientador, Glauber Ribeiro, contou que o momento representa uma conquista não somente para os estudantes, mas para toda a rede pública de ensino do Amapá.
“Ver nossos alunos brilhando na Genius Olympiad, uma das maiores feiras científicas do mundo, é a prova de que a educação transforma, mesmo diante das dificuldades. Como orientador, sinto um orgulho imenso em ver o esforço, a dedicação e o talento desses jovens sendo reconhecidos internacionalmente. Isso mostra que investir em iniciação científica é investir no futuro, na autoestima dos nossos estudantes e na valorização da ciência produzida na Amazônia”, disse.
Estudante do Amapá ganha honra ao mérito em evento nos EUA
Divulgação/Glauber RIbeiro
Projeto de combate ao Aedes Aegypti
A aluna Débora Almeida, de 16 anos, da Escola Estadual Mário Quirino, em Macapá, levou aos Estados Unidos um projeto sobre o extrato etílico natural. O extrato possui uma ação letal sobre as larvas do mosquito Aedes Aegypti.
“É um extrato etílico a partir da Rosa do deserto e Citronela, que atuam no controle populacional das larvas do mosquito Aedes aegypti, principais agentes de doenças tropicais. Para os testes de letalidade, contamos com o apoio do IEPA, que nos forneceu as larvas do mosquito, de linhagens suscetível e resistente a testes. Nosso produto foi 100% letal sob as larvas avaliadas”, explicou.
Débora garantiu bolsa de estudos nos EUA com projeto desenvolvido no Amapá
Divulgação/Débora Almeida
Débora, que também garantiu a bolsa de US$ 12 mil anuais, disse que repercussão do projeto se tornou a realização de um sonho.
“Tudo isso é fruto de nossos esforços, do nosso estudo e empenho. Digo que isso é um sonho realizado, a educação me proporcionou estar em lugares que jamais imaginei chegar, ainda mais aos 16 anos. Agradeço também a minha orientadora, professora Dra. Rose Trindade. Ela me ensinou tudo o que sei, me motivou e acreditou no meu potencial”, contou a estudante.
Débora e a orientadora na Genius Olympiad
Divulgação/Débora Almeida
Projeto de realidade virtual sustentável
Outro talento amapaense que foi destaque na feira, foi o aluno Guilherme Alvim, também da Escola Elias Trajano, de Porto Grande. Com o projeto Matrix, um óculos de realidade virtual feito a partir de papelão PVC e garrafas pet, o estudante conquistou a bolsa de US$ 12 mil anuais.
“Minha expectativa na RIT está voltada para os estudos ambientais e sustentabilidade. É uma área que me inspira, pois contribui com soluções sustentáveis para o avanço do mundo. Estou muito feliz e empolgado com essa oportunidade, que com certeza vou abraçar com entusiasmo”, disse Guilherme.
Estudante ganhou bolsa de estudos nos Estados Unidos
Reprodução/Redes Sociais
Guilherme é filho da professora de português da Escola Elias Trajano, Maria Gaildes. A educadora expressa o orgulho e a emoção que sente ao ver o filho alcançar voos cada vez maiores.
“É um orgulho enorme ver o Guilherme saindo de Porto Grande para o mundo. Ele estudou sempre em escola pública e agora vai mostrar que daqui também saem grandes ideias”, disse.
Estudante levou óculos de realidade virtual sustentáveis ao evento internacional
Arquivo Pessoal
As bolsas da RIT são destinadas a cursos de graduação com duração mínima de quatro anos e cobrem parte das despesas. Os estudantes agora prosseguem com a inscrição e precisam buscar recursos adicionais para que mudança seja concretizada.
O estudantes e orientadores tiveram o apoio do governo do estado, por meio das Secretarias de Educação (Seed) e de Ciência e Tecnologia (Setec), que articulou passagens, hospedagem e alimentação. Apoiaram também a Prefeitura Municipal de Porto Grande e Câmara de Vereadores de Porto Grande.
Alunos de escolas públicas do Amapá participam de feira científica internacional
Divulgação/Glauber Ribeiro
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