Juliana Chaar Marçal morreu aos 36 anos após ser atropelada durante confusão no bar Dibuteco. Suspeito foi identificado e teve a prisão decretada na segunda-feira (23). Familiares esperam por justiça. Juliana Chaar Marçal morreu aos 36 anos em Rio Branco e família luta por justiça após atropelamento de servidora
Arquivo pessoal
“Juliana era uma pessoa muito especial, prestativa e amiga todos. Estava sempre à disposição para ajudar”.
Este depoimento é de Vandré Prado, primo e advogado da família, ao falar sobre a assessora jurídica do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC), Juliana Chaar Marçal, de 36 anos, atropelada e morta após uma confusão no bar Dibuteco, em Rio Branco.
👉 Contexto: Juliana foi atingida por uma caminhonete na madrugada do último sábado (21). A polícia foi acionada, inicialmente, em razão de disparos feitos em via pública que teriam sido feitos pelo advogado Keldheky Maia, amigo dela. Ele foi preso, mas a Justiça concedeu liberdade provisória. A servidora morreu horas depois no pronto-socorro de Rio Branco e o suspeito pelo atropelamento, Diego Luiz Gois Passo, de 27 anos, teve a prisão decretada na segunda (23).
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O primo detalhou a consternação de conhecidos, amigos e familiares com a morte de Juliana. Imagens de câmeras de segurança mostraram, inclusive, o momento exato em que a servidora foi atropelada. (Veja imagens abaixo)
“A gente tem recebido muito carinho e solidariedade das pessoas. Juliana estava sempre à disposição para ajudar e servir. Eu acho que isso é o que definia ela. Tanto que até no momento trágico da sua vida, ela estava ali para tentar ajudar acabar com aquela confusão que se instalou ali”, disse.
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Juliana era formada em direito, atuava como assessora jurídica desde fevereiro deste ano e estava estudando para o Exame da Ordem dos Advogados do Brasil que a permitiria advogar.
“Ela vivia um momento de muito desenvolvimento e crescimento pessoal e profissional. Ela tinha feito há poucos dias a segunda fase [da prova da OAB] e aguardava o resultado”, informou.
Juliana era muito querida pela família, que lamenta a morte da assessora jurídica no AC
Arquivo pessoal
Sobre as lembranças que guarda com mais carinho, o primo, que era muito próximo de Juliana, descreve que o convívio em família eram os melhores momentos.
“Ela não merecia jamais terminar sua vida dessa forma tão trágica, de forma tão absurda. Foi realmente uma lástima e a gente só espera minimamente que a justiça seja feita aqui na Terra porque em outro plano, no céu, acho que ela já está recebendo a acolhida que ela merece”, lamentou.
Juliana Chaar chegou a ser socorrida e levada ao hospital, mas não resistiu e morreu horas depois no sábado (21), em Rio Branco
Reprodução
O caso tem gerado grande repercussão nas redes sociais, com pedidos de justiça e homenagens à vítima.
“Além de ser minha amiga, nos últimos três anos ela conviveu comigo diariamente porque ela era minha chefe de gabinete na OAB […] é uma pedra inestimável. Eu até escrevi que talvez fosse o dia mais triste da minha vida, e eu tenho absoluta convicção que foi até hoje o dia mais triste da minha vida […] torço para que seja feita justiça e qualquer tipo de culpado pague pelas consequências de seus atos”, lamentou Rodrigo Aiache, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Acre.
Rodrigo Aiache, presidente da OAB-AC, lamenta morte de Juliana Chaar em Rio Branco no último sábado (21)
Reprodução/Instagram
Família espera por justiça
Vandré está acompanhando toda a instrução processual e segundo ele, foi constatado pela polícia, em imagens e conversas com testemunhas, que houve um desentendimento entre as pessoas que estavam com ela e que culminou com o atropelamento.
“O advogado que foi preso [Keldheky] efetuou disparos e gerou um tumulto, uma confusão que terminou com esse atropelamento intencional. A pessoa foi lá, pegou o carro e jogou em cima dela. Tem uma tentativa de amenizar o ocorrido, tentando dizer que foi um acidente, mas não foi um acidente, foi um atropelamento intencional e a gente aguarda que a polícia conclua o trabalho”, assegurou o primo.
O primo afirmou ainda que a família não quer fazer juízo de valor, que irão aguardar o resultado das investigações e confiar no trabalho da polícia.
“Sabemos que vai ser um trabalho sério, célere, e aguardamos que tudo possa ser tudo esclarecido. Mas não há dúvida de que a única intenção dela era separar o tumulto, tirar o pessoal que estava com ela da briga e ela acabou pagando com a vida pela inconsequência das pessoas”, declarou.
O primo finalizou que agora a família busca por justiça e que o ocorrido com Juliana não fique impune.
“Estamos nessa luta por justiça. Não trará a Ju de volta, mas dará o mínimo conforto aos pais e a sociedade, não podemos normalizar e conviver com cenas como essas, sob nenhuma justificativa”, disse.
Diego Luiz Gois Passo é considerado suspeito de atropelar a servidora Juliana Chaar
Reprodução
Suspeito alega que não viu Juliana
O autônomo Diego Luiz Gois Passo, 27 anos, teve a prisão decretada pela Justiça nessa segunda-feira (23) suspeito de atropelar e matar Juliana.
A defesa entrou com um pedido de revogação de prisão no mesmo dia e aguarda o julgamento do pedido. Diego alegou que não viu a assessora jurídica, antes de bater com a caminhonete nela.
Ainda segundo a defesa, Diego está disposto a comparecer na delegacia e prestar esclarecimentos da situação, mas aguarda a decisão da Justiça sobre o pedido para não ser preso. Até esta quarta-feira (25), ele não havia se entregado.
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