Ação foi realizada pelo Gaeco de Maringá, em parceria com a chefia da Unidade de Inspeção e Auditagem do Detran. Investigação apura os crimes de associação criminosa, falsidade ideológica e corrupção ativa e passiva. Operação combate fraudes em obtenção de CNH
Uma autoescola clandestina foi fechada e cinco pessoas foram presas nesta quinta-feira (26) em uma operação contra fraude na obtenção e renovação de Carteiras Nacionais de Habilitação (CNH) no Paraná. Saiba mais abaixo.
A ação foi realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Maringá, no norte do Paraná em parceria com a chefia da Unidade de Inspeção e Auditagem do Departamento Estadual de Trânsito (Detran).
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Ao todo foram cumpridos três mandados de prisão preventiva, quatro de monitoração eletrônica, 14 de busca e apreensão domiciliar, quatro de afastamento de funções públicas e um de suspensão das atividades econômicas de uma clínica.
As medidas judiciais foram cumpridas em três investigações, em endereços relacionados aos investigados nas cidades de Sarandi, Maringá, Santa Fé, Centenário do Sul, Lupionópolis, Engenheiro Beltrão, Peabiru e São Jorge do Ivaí.
Veja detalhes das prisões:
Três presos preventivamente, sendo:
Dois representantes de um Centro de Formação de Condutores (CFC) que já havia sido cassado pelo Detran e continuava funcionando de forma clandestina, inclusive tinha um CFC clandestino nos fundos do quintal;
Um despachante que também já havia sido cassado pelo Detran por atuar com a senha e dados de outro profissional e continuava atuando na prática.
Dois foram presos em flagrante
Um médico e a esposa dele, por posse ilegal de arma de fogo e munições. Ele atuava como credenciado do Detran e a clínica dele, em Centenário do Sul, teve as atividades suspensas.
Além disso, três servidores públicos que atuavam em Circunscrições Regionais de Trânsito (Ciretrans) receberam tornozeleira eletrônica, bem como outra pessoa que também atuou no Ciretran de Sarandi até o ano passado.
Os nomes dos investigados e das empresas não foram divulgados.
Operação Visão foi realizada na manhã desta quinta-feira (26).
MP-PR
Em nota, o presidente do Detran, Santin Roveda, informou que foi previamente informado sobre a operação e presta total apoio às ações de combate à corrupção, em qualquer esfera.
“Nosso foco principal é, e sempre será, a transparência. Estamos investindo fortemente em inovação e tecnologia para garantir a integridade dos serviços prestados à população. Prezamos por um quadro de pessoas éticas e honestas, tanto entre os servidores efetivos quanto nos cargos comissionados”, afirmou o presidente.
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Como o esquema funcionava
De acordo com o Ministério Público, a investigação apura os crimes de associação criminosa, falsidade ideológica e corrupção ativa e passiva em esquema de fraudes sistêmicas.
As apurações começaram em setembro de 2024 e no começo de 2025, após o Gaeco de Maringá identificar irregularidades em exames teóricos para renovação de CNH no 86ª Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Sarandi e a 95ª Ciretran de Engenheiro Beltrão, bem como em exames médicos realizados em uma clínica em Centenário do Sul.
Durante a apuração do caso, foi possível descobrir evidências da atuação conjunta de servidores públicos – dentre eles um médico –, particulares e empresas que atuam na área de trânsito.
Nos últimos oito meses, o MP descobriu que as autoescolas e despachantes investigadas recebiam usuários de outras regiões com a falsificação de endereço, para serem beneficiados e conseguirem tirar a CNH.
O esquema também fazia encaminhamento de motoristas para a clínica em Centenário do Sul, onde um médico autorizava pessoas com problemas de visão – que naturalmente não conseguiriam passar pelo exame médico – a terem a CNH.
Operação Visão foi realizada na manhã desta quinta-feira (26).
MP-PR
Um dos presos nesta quinta-feira (26), já tem quatro condenações definitivas e responde a duas ações penais, todas pela prática de crimes envolvendo o Detran. Outro preso também é réu em outras três ações penais pelo envolvimento em fraudes no mesmo órgão.
Segundo o MP, motoristas que adquiriram as CNHs também podem responder por estarem incluídos no esquema de fraude.
“Aquelas CNHs que foram identificadas no contexto de fraude, imediatamente o Ministério Público fez o encaminhamento para o Detran, para que ele tomasse as providências administrativas, inclusive a imediata suspensão”, explicou o promotor Marcelo Gobatto.
O esquema segue sendo investigado pelo Ministério Público.
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