Resultado oficial do PIB de 2024 será conhecido somente em 7 de março de 2025, com a divulgação oficial do indicador pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo seu cálculo. Sede do Banco Central em Brasília
Raphael Ribeiro/BCB
O Banco Central elevou de 3,2% para 3,4% sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. A informação consta do relatório de inflação do quarto trimestre, divulgado nesta quinta-feira (19).
Se confirmada, será a maior taxa de expansão da economia desde 2021, quando a economia avançou 4,8% — na esteira da saída da pandemia da Covid-19, que gerou forte tombo no ano anterior. Em 2022 e 2023, o PIB cresceu 3% e 3,2% (valor revisado).
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O resultado oficial do PIB de 2024 será conhecido somente em 7 de março de 2025, com a divulgação oficial do indicador pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo seu cálculo.
Ritmo acelerado
No começo deste mês, o IBGE informou que o PIB cresceu 0,9% no terceiro trimestre, na comparação com os três meses imediatamente anteriores. O resultado, novamente, ficou acima das expectativas do mercado financeiro.
Já o Banco Central acrescentou que o crescimento econômico deve apresentar aceleração no quarto trimestre deste ano.
“Indicadores mensais referentes a outubro sugerem que a produção industrial e as vendas no varejo registraram taxas de variação interanuais superiores ao crescimento do PIB no terceiro trimestre. O investimento em ativo fixo acumulado no ano até outubro é maior que o registrado em setembro”, avaliou o BC.
Por outro lado, acrescentou a instituição, o investimento acumulado no ano até outubro por parte das empresas de incorporação imobiliária apresentou queda de 10,3% na comparação interanual, taxa levemente superior à contração de 10,1% registrada no período de janeiro a setembro. E, no mercado de trabalho, a taxa de desemprego caiu entre agosto e outubro.
Atividade pressiona a inflação
Ao mesmo tempo em que a taxa elevada de crescimento da economia favorece a queda do desemprego, que está no menor nível da série histórica, ele também pressiona a inflação, que, segundo o próprio Banco Central, deve ficar acima do teto da meta novamente neste ano.
Na parcial de janeiro a novembro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação somou 4,29%. A projeção do mercado é de que o IPCA some 0,58% em dezembro, segundo pesquisa do BC, levando o indicador do ano fechado acima de 4,5%.
Considerando os últimos 4 anos, essa será a terceira vez que a meta de inflação será descumprida. O IPCA ficou acima do intervalo das metas em 2021, 2022 e, agora, em 2024. Em 2023, a meta foi cumprida.
Além da atividade aquecida, outros os fatores que têm pressionado a inflação neste ano, segundo analistas, estão os efeitos climáticos, como secas, que impactaram, por alguns meses, os preços dos alimentos e, também, da energia elétrica — levando ao acionamento das bandeiras tarifárias para reduzir o consumo.
Segundo analistas, um fator que tem influenciado o forte crescimento da economia, assim como o dólar, é o aumento de gastos públicos — algo que tem gerado tensão nos mercados financeiros.
Com a inflação pressionada, o Banco Central tem subido a taxa básica de juros da economia, a Selic, atualmente em 12,25% ao ano. E a sinalização é de dois novos aumentos no começo do ano, para 14,25% ao ano, algo que se caracteriza como um choque de juros na economia.