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Bannon se declara culpado de fraude em campanha para construir muro na fronteira
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ideólogo de extrema direita Steve Bannon declarou-se culpado, nesta terça-feira (11), de fraude aos doadores de uma campanha de arrecadação para o muro que o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, queria construir na fronteira com o México durante seu primeiro mandato, entre 2017 e 2021.
O assessor político era acusado de crimes como lavagem de dinheiro e conspiração por, segundo a Justiça, enganar aqueles que contribuíram com mais de US$ 15 milhões (quase 86,7 milhões, na cotação desta terça) para a iniciativa conhecida como “Nós Construímos o Muro”.
Nesta terça, ele se sentou entre seus três advogados e respondeu “sim, meritíssima” a cada pergunta que a juíza, April A. Newbauer, fez sobre detalhes do acordo e dos direitos que ele estava abrindo mão, como o de apelar da decisão. Com a admissão de fraude, Bannon receberá uma liberdade condicional de três anos, mas não será preso se não reincidir.
A campanha, que começou no fim de 2018, prometia que todo o dinheiro seria usado para ajudar na construção do muro na fronteira, sem que os organizadores obtivessem lucro com ela. A ação pretendia construir partes do muro em áreas privadas perto da fronteira no Texas e Novo México.
Segundo a acusação, no entanto, Bannon desviou mais de US$ 100 mil para o chefe da iniciativa, o veterano da Força Aérea dos EUA Brian Kolfage. O ex-militar se declarou culpado em abril de 2022 de acusações federais de fraude e evasão fiscal e está cumprindo uma sentença de mais de quatro anos de prisão.
Ao lado do ex-militar, várias pessoas que teriam participado do esquema, mas que não receberam perdões, também foram condenados. Antes do acordo, Bannon havia se declarado inocente.
A construção de um muro na fronteira era um elemento-chave das políticas de imigração de Trump durante seu primeiro mandato. Embora contasse com o apoio de seus colegas republicanos, a ação foi contida por processos na Justiça e pela oposição no Congresso.
Bannon foi diretor da primeira campanha à Presidência de Trump, em 2016, e se tornou um dos principais responsáveis pela vitória ao aproximar o republicano de bandeiras conservadoras por meio do uso intenso e direcionado de redes sociais.
Após a eleição, assumiu o cargo de estrategista-chefe da Casa Branca. No entanto, foi demitido meses depois, em agosto de 2017, por se desentender com o presidente. Mesmo assim, seguiu dando apoio a Trump e a outros candidatos republicanos nos bastidores.
Promotores federais em Manhattan apresentaram acusações semelhantes contra Bannon em 2020, mas Trump o perdoou em suas últimas horas na Casa Branca no ano seguinte. Desta vez, o republicano não pode perdoá-lo, uma vez que as acusações foram feitas em nível estadual.