Equipes concentram buscas nas proximidades do rancho de Marlon Couto, um dos principais suspeitos de matar Nelson Carreira Filho. Assassinato ocorreu em Cravinhos (SP) em 16 de maio, diz polícia. Polícia e bombeiros continuam as buscas por corpo de empresário em Miguelópolis, SP
As buscas pelo corpo do empresário Nelson Carreira Filho, de São Paulo, entraram neste sábado (31) no segundo dia de operações em Miguelópolis (SP), no interior do estado.
Equipes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil concentraram os trabalhos em um braço do Rio Grande, nas proximidades do rancho pertencente a Marlon Couto, apontado como um dos principais suspeitos do crime.
Na sexta-feira (30), os bombeiros realizaram apenas uma vistoria para definir a estratégia da operação.
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Segundo as investigações, Nelson foi morto a tiros no dia 16 de maio, em Cravinhos (SP), após uma reunião de negócios com Marlon Couto e Tadeu Almeida. Tadeu está preso temporariamente e confessou à polícia que Marlon foi o autor dos disparos.
Ainda de acordo com o depoimento (veja em detalhes aqui), após o homicídio, Marlon teria levado o corpo até seu rancho em Miguelópolis e o desovado no rio.
Buscas se concentram em braço do Rio Grande
Na manhã deste sábado, os bombeiros foram inicialmente até o rancho de Marlon, considerado o ponto de partida para as buscas. Segundo a polícia, há indícios de que, após chegar ao local com o corpo, Marlon teria percorrido uma área da propriedade até deixá-lo em outro ponto mais afastado. Esse trajeto está sendo analisado como parte da linha de investigação.
Polícia e bombeiros continuam as buscas por corpo de empresário em Miguelópolis, SP
Reprodução EPTV
A operação de buscas pelo rio teve início por volta das 11h45, com os mergulhadores fazendo uma varredura inicial na margem do rio, procedimento conhecido como “bater margem”, em áreas com vegetação aquática densa, como aguapés.
As autoridades acreditam que Marlon utilizou uma moto aquática para transportar o corpo. Imagens de câmeras de segurança mostram um carro com reboque passando pela rua do rancho com o equipamento no dia do crime. Pouco depois, o mesmo veículo retorna sem o reboque, reforçando a suspeita de que o corpo tenha sido levado por via fluvial até uma área mais isolada do rio.
Polícia e bombeiros continuam as buscas por corpo de empresário em Miguelópolis, SP
Reprodução EPTV
População pode ajudar com informações
Testemunhas relataram que Marlon comprou o rancho há cerca de um ano e que ele e sua esposa, Marcela, costumavam frequentar o local de forma reservada. O imóvel passava por reformas e os moradores da região dizem que o casal mantinha pouco contato com vizinhos.
A área de buscas é extensa e de difícil acesso. Miguelópolis tem 820 km² e boa parte de seu território é banhado pelo Rio Grande, que também faz divisa com o estado de Minas Gerais.
A polícia reforça o pedido de colaboração da população. Informações sobre movimentações suspeitas na região podem ser repassadas de forma anônima pelos telefones 190 ou 181. Qualquer dado que ajude a localizar o corpo de Nelson Carreira Filho pode ser crucial para o avanço das investigações.
Caso Nelson Carreira Filho
Nelson Carreira Filho
Arquivo pessoal
A Polícia Civil acredita que o empresário Nelson Francisco Carreira Filho tenha sido atraído para uma emboscada em Cravinhos (SP). Segundo as investigações, Nelson foi baleado e teve o corpo abandonado em um rio em Miguelópolis (SP).
A motivação do crime está sendo apurada, mas a principal hipótese é um desentendimento financeiro entre Nelson e Marlon Couto. Há suspeitas de que Nelson teria cobrado até R$ 100 mil de Marlon por uso indevido de produtos em um site administrado por ele.
Em depoimento prestado no dia 26 de maio, Tadeu Almeida, sócio de Marlon, relatou que presenciou o momento em que Nelson foi morto. Ele afirmou que, no dia 16 de maio, Marlon atirou em Nelson enquanto o empresário visitava a empresa, devido a desavenças comerciais envolvendo o uso indevido da marca “Bariatric Gold” em um site de vendas.
Tadeu mencionou que Nelson exigia o pagamento de uma quantia mensal para que ele não derrubasse o site em que o suplemento era vendido.
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Também contou que após matar Nelson com um tiro, Marlon colocou o corpo em uma caminhonete e o levou até um rancho em Miguelópolis (SP) para jogá-lo no rio.
Durante a perícia realizada no prédio em Cravinhos, na terça-feira (27), vestígios de sangue foram encontrados com ajuda do luminol.
A investigação apontou que a esposa de Marlon tinha conhecimento sobre o crime, tanto que foi a São Paulo com o marido para buscar Tadeu após o abandono do carro. Eles chegaram a tomar café com a esposa da vítima na tentativa de ajudar a não levantar suspeitas.
A Polícia Civil segue investigando o caso e solicita que qualquer informação sobre o paradeiro de Marlon Couto Paula Júnior seja comunicada às autoridades locais.
Desaparecimento
No dia 16, Nelson saiu de carro de São Paulo e foi até Cravinhos, na região de Ribeirão Preto, para uma reunião. O encontro terminou às 14h20.
Ao procurar a polícia, a esposa dele disse que o último contato com o marido foi às 12h57, pouco antes do fim da reunião. Ela ainda enviou mensagens depois disso, mas não obteve resposta.
O carro do empresário foi flagrado em praças de pedágio no interior de São Paulo, momentos depois da reunião de negócios em que o homem foi visto pela última vez. Em todas as imagens, não é possível ver quem estava dirigindo, por conta dos vidros escuros.
Já na noite do dia16, um radar detectou o veículo circulando pela Avenida Engenheiro Caetano Álvares, já na zona Norte da capital.
Duas câmeras de segurança na mesma região também registraram o veículo em movimento às 19h09.
O carro foi abandonado na Rua Clara de Oliveira e encontrado pela polícia na manhã seguinte, no sábado (17). Segundo a família, não havia sinais de arrombamento ou roubo de pertences.
Dinâmica do crime
Segundo as investigações, Marlon matou o empresário e jogou o corpo em um rio.
Tadeu, por sua vez, presenciou a morte e ajudou na ocultação do cadáver, além de levar o carro de Nelson até a capital paulista e abandoná-lo lá.
Já Marcela, ainda de acordo com a polícia, foi com Marlon buscar Tadeu em São Paulo.
Ao decidir pela prisão temporária de 30 dias, o juiz Rodrigo Brandão Sé destacou que Tadeu, em depoimento à Polícia Civil, detalhou a dinâmica do homicídio.
Agora, Tadeu, Marlon e a esposa dele, Marcela Silva de Almeida, são apontados pela Polícia Civil como suspeitos pela morte do empresário e foram alvos de decretos de prisão temporária por 30 dias autorizados pela Justiça.
Marlon Couto e Marcela Almeida estão foragidos. Já Tadeu Almeida Silva, também apontado como cúmplice de Marlon, foi preso nesta quinta-feira (29).
Suspeitos da morte do empresário Nelson Francisco Carreira Filho em Cravinhos, SP
Arte/EPTV
O que diz a defesa do casal
Sobre a morte do empresário, o advogado do casal foragido, Nathan Castelo Branco, afirmou ser um equívoco a investigação contra Marcela. Na quinta, a defesa chegou a dizer que Marlon vai se apresentar para esclarecer os fatos.
“O fato de ela ter acompanhado o Marlon não diz absolutamente nada sobre a participação dela, seja em eventual homicídio ou ocultação de cadáver. Na verdade, ela simplesmente acompanhou o marido na viagem, sem ter conhecimento do que tinha acontecido. Na nossa opinião, essa investigação contra ela e o pedido de prisão são equívocos que a gente pretende esclarecer para que ela seja afastada de qualquer investigação.”
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