Casal foi preso na última segunda-feira(24), suspeitos de serem mandantes no assalto a uma ex-funcionária e no envolvimento na tortura e agressão de um jovem, de 21 anos
PCRR/Divulgação
O professor universitário Adelson Alves de Lima Júnior, de 46 anos, e a esposa dele, a empresária Luana Lopes Lemos, de 36, foram indiciados por falsificar atestados médicos. Eles são investigados por tortura, lesão corporal grave, constrangimento ilegal, ameaças e roubo após Adelson descobrir que estava sendo traído pela esposa (entenda mais abaixo).
A falsificação de documentos foi descoberta após a Polícia Civil deflagrar uma ação em março deste ano para prender o casal pelo roubo e agressões. Durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão em uma casa ligada ao casal, os policiais encontraram um caixa com blocos de receituários médicos, atestados e carimbos médicos de diferentes profissionais. Eles foram indiciados na última sexta-feira (25).
🔎 O que é indiciar? É um procedimento que ocorre quando a Polícia Civil, com base na investigação, conclui que há indícios de crime e associa a uma pessoa (neste caso a suspeita que causou o acidente). Depois disso, o caso vai ao Ministério Público, que envia à Justiça.
Durante as investigações, a Polícia Civil identificou que Luana apresentou um atestado médico no local de trabalho. O documento foi atribuído a uma médica, que negou a autoria, pois haviam inconsistência no carimbo e na assinatura.
O casal responde em liberdade pelo caso de agressão e roubo. O g1 tenta contato a defesa deles. No interrogatório, os dois permaneceram em silêncio.
O casal usava os carimbos e atestados falsos para benefício pessoal, segundo as investigações do delegado Rick da Silva. Em um dos documentos encontrados, a médica declara que Luana acompanhou o paciente Adelson entre os dias 8 e 22 de janeiro, período no qual ele teria passado por tratamento psiquiátrico com uso de medicação controlada.
O atestado cita como diagnósticos como transtorno ansioso episódios depressivos, além de um terceiro código, QD85, que não consta na Classificação Internacional de Doenças (CID-10) e é considerado inexistente ou incorreto.
Para a Polícia, o atestado apresenta estrutura e linguagem incompatíveis com padrões médicos, como ausência de data e redação informal. O documento levantou a suspeita de falsidade ideológica e uso de documento falso do Código Penal.
Luana foi indiciada pelos crimes de Falsificação de Documento Particular, Falsidade Ideológica e Uso de Documento Falso. Já Adelson foi indiciado por Falsificação de Documento Particular. Ele é citado como co-autor e suspeitas de que guardou ou produziu os documentos.
Roubo e agressão
O casal cometeu a série de crimes após Adelson descobrir que estava sendo traído por Luana, identificou a Polícia Civil. As vítimas do casal foram um jovem, de 21 anos, apontado como amante da mulher, e uma ex-funcionária de Luana, de 36, que sabia do relacionamento extraconjugal
Eles receberam Habeas Corpus e foram liberados. A decisão pela soltura dos dois é do juiz Convocado Luiz Fernando Mallet, da Câmara Criminal.
De acordo com o delegado do caso, Rick Silva, em outubro de 2023, Adelson torturou e agrediu o amante da esposa. Depois, em fevereiro deste ano, a ex-funcionária teve o celular roubado, como um sinal de aviso por ela saber do caso.
A investigação foi concluída após a ex-funcionária sofrer o assalto. No dia, segundo a Polícia Civil, uma dupla roubaram apenas o celular dela, ignorando joias, relógio e outros pertences de valor que ela carregava, o que levantou suspeita . Minutos depois, um dos criminosos retornou e a agrediu com dois socos e disse que aquilo era “só um aviso”.
Na apuração, a polícia identificou que os assaltantes tinham ligação com o casal Adelson e Luana. A ex- funcionária disse que no celular dela havia mensagens e áudios comprometedores, nos quais Luana admitia ter participado de agressões contra o amante dela.
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As agressões contra o amante foram em outubro de 2023. Na época, o jovem foi atraído para uma vicinal, onde foi torturado e ameaçado de morte pelo professor universitário, que descobriu a traição após ver conversas no celular da esposa. Para a Polícia Civil, o casal estava atuando ao longo desse tempo para se livrar das provas.
A esposa, ainda em 2023, chegou a ser agredida pelo marido. Ele a obrigou a ficar em um hotel durante cinco dias, enquanto ele mexia no celular dela. Adelson também vai responder por violência doméstica.
Ao pedir a prisão do casal Adelson e Luana, o delegado do caso argumentou que eles “planejaram um suposto roubo ocorrido em 28/02/2025 com o objetivo de danificar/destruir o aparelho celular da vítima [ex-funcionária], que possui vários documentos e informações sobre o crime de tortura e violência doméstica cometido por Adelson contra a Luana Lopes e o amante”.
“A Polícia Civil segue investigando o caso, pois há denúncias de que o investigado vinha fazendo ameaças a testemunhas. Então entramos em uma nova fase da investigação que visam extrair as provas dos dispositivos eletrônicos apreendidos, por meio da perícia”, detalhou o delegado.
Além de roubar o celular da ex-funcionária, eles também apagaram imagens das câmeras de segurança que flagraram parte da ação do dia em que o amante foi torturado. Luana é dona de uma cafeteria e também foi candidata à vereadora em Rorainópolis em 2024. Adelson é professor universitário de instituições públicas na região.
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