Justiça condenou quatro pessoas pela morte do menino; uma delas, a amiga da madrasta, foi encontrada morta na prisão, em Porto Alegre, na terça-feira (22). Crime aconteceu em Três Passos, em 2014. Julgamentos dos réus ocorreram em 2019 e 2023. Bernardo Boldrini foi morto aos 11 anos em 2014
GloboNews
O desaparecimento e assassinato do menino Bernardo Uglione Boldrini, há 11 anos, resultou na condenação de quatro pessoas em 2019. No entanto, o caso teve um novo desdobramento na terça-feira (22): Edelvânia Wirganovicz, uma das condenadas por envolvimento na morte da criança, foi encontrada morta na prisão.
📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp
O corpo de Bernardo, de 11 anos, foi localizado em Três Passos, no Noroeste do Rio Grande do Sul, em abril de 2014.
O g1 relembra os detalhes do caso e mostra onde estão os condenados envolvidos no crime que chocou o país. Veja abaixo.
Relembre o crime
Bernardo Boldrini desapareceu em 4 de abril de 2014, em Três Passos, no Noroeste do Rio Grande do Sul. De acordo com a polícia, o menino foi visto pela última vez às 18h do dia 4, quando disse que dormiria na casa de um amigo. O pai chegou a procurar ajuda na imprensa para localizá-lo.
Dez dias depois, o corpo do menino foi encontrado enterrado às margens de um rio, em Frederico Westphalen.
O atestado de óbito indicou que a morte aconteceu no mesmo dia do desaparecimento e de forma violenta.
Homenagens aniversário Bernardo Boldrini Três Passos
Reprodução/RBS TV
Edelvânia encontrada morta
Edelvânia Wirganovicz foi encontrada morta no Instituto Penal Feminino de Porto Alegre na terça-feira. Segundo a Polícia Penal, a suspeita é de suicídio.
A mulher era amiga da madrasta de Bernardo, Graciele Ugulini, também condenada. Edelvânia admitiu o crime e apontou o local onde a criança foi enterrada. Ela foi condenada a 22 anos e 10 meses de prisão por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.
A reportagem entrou em contato com o advogado de Edelvânia, que disse, no início da noite de terça-feira, não ter conhecimento sobre o ocorrido.
A Polícia Civil e o Instituto Geral de Perícias devem investigar o fato e as causas da morte.
Em maio de 2022, Edelvânia foi para o regime semiaberto. Em 2023, uma decisão do juízo da 2ª Vara de Execuções Criminais da comarca de Porto Alegre determinou que Edelvânia utilizasse tornozeleira eletrônica em razão da falta de vagas no sistema prisional.
Em fevereiro de 2025, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin, determinou que ela retornasse ao regime semiaberto.
Edelvânia Wirganovicz.
reprodução
Condenações
Em 2019, o júri popular decidiu pela condenação dos quatro réus: o pai Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini, a amiga Edelvânia Wirganovicz e Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia.
O pai, a madrasta e a amiga foram denunciados por homicídio quadruplamente qualificado (motivos torpe e fútil, emprego de veneno e recurso que dificultou a defesa da vítima). Já Evandro foi condenado por homicídio simples. Todos foram acusados de ocultação de cadáver.
Graciele Ugulini, a madrasta, recebeu pena de 34 anos e sete meses de prisão.
Leandro Boldrini, o pai, foi condenado a 33 anos e oito meses de cadeia.
Edelvânia Wirganovicz, a amiga, foi condenada a 22 anos e 10 meses de prisão.
Evandro Wirganovicz, o irmão de Edelvânia, foi sentenciado a nove anos e seis meses em regime semiaberto.
Condenados no caso Bernardo: Leandro Boldrini, Graciele Ugulini, Edelvânia Wirganovicz e Evandro Wirganovicz
Reprodução/TJRS
Onde estão os condenados?
Leandro Boldrini, pai da vítima
O médico foi condenado a 31 anos e 8 meses de prisão por homicídio quadruplamente qualificado e falsidade ideológica. Boldrini foi absolvido da acusação de ocultação de cadáver.
Atualmente, ele cumpre pena em regime semiaberto. Em março de 2024, Boldrini foi selecionado para uma vaga no programa de residência médica do Hospital Universitário, mantido pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Ele não tinha, até o momento, impedimento para exercer a medicina. Em fevereiro de 2025 porém, Leandro teve o registro cassado pelo Conselho Federal de Medicina (Cremers) e foi desligado do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm).
Leandro Boldrini deixa prisão para realizar última etapa de seleção para residência médica
Graciele Ugulini, madrasta
A madrasta foi condenada a 34 anos e 7 meses de prisão por homicídio quadruplamente qualificado e ocultação de cadáver.
Na última semana ela foi autorizada a ir para o regime semiaberto.
Juíza faz a leitura das penas da Graciele Ugulini
Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia
O irmão de Edelvânia foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão por homicídio simples e ocultação de cadáver.
Ele já cumpriu a pena, que foi extinta em janeiro de 2024, e está solto.
Está em Liberdade Evandro Wirganovicz, envolvido no caso Bernardo em Três Passos
VÍDEOS: Tudo sobre o RS