Zarhará Hussein Tormos, de 25 anos, foi assassinada em fevereiro, mas imagens se tornaram pública agora. Casal Pâmela da Silva Campos e Bruno Martini Vieira é réu por homicídio. Vídeos revelam últimos momentos de jovem encontrada morta no próprio carro em Foz do Iguaç
Câmeras de segurança registraram os últimos momentos de vida da jovem Zarhará Hussein Tormos, de 25 anos, encontrada morta dentro do próprio carro na cidade de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, após ficar dois dias desaparecida. Assista acima.
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O caso aconteceu em fevereiro deste ano, mas as imagens só foram reveladas nesta quarta-feira (25) após serem obtidas pela RPC, afiliada da TV Globo. Elas estão anexadas ao processo do caso, que tramita sob sigilo, e mostram a jovem deixando a faculdade e caminhando até seu carro no dia em que desapareceu. Veja a cronologia.
Quase um mês após o crime, a Polícia Civil (PC-PR) prendeu a esteticista Pâmela da Silva Campos e o namorado dela, Bruno Martini Vieira, que se tornaram réus pelo crime em abril. Desde o início das investigações, as autoridades não esclareceram qual foi a motivação do crime. Ambos continuam presos.
Segundo o delegado Marcelo Pereira Dias, Zarhará conhecia Pâmela desde 2023. A vítima era cliente da esteticista e costumava divulgar seus serviços nas redes sociais.
Nesta terça-feira (25), ocorrerá a audiência de instrução do caso, na qual serão ouvidas testemunhas.
Zarhará foi encontrada morta em uma área de plantação, próxima ao bairro Remanso Grande, a cerca de dois quilômetros da Rodovia das Cataratas. Ela foi executada com tiros de revólver calibre .38 na cabeça, braços e clavícula, de acordo com a polícia.
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A cronologia do crime
Zarhará Hussein Tormos foi filmada antes de desaparecer e ser encontrada morta, em Foz do Iguaçu
Reprodução
Segundo a polícia, imagens do dia 26 de fevereiro, data do desaparecimento de Zarhará, mostram um veículo preto passando duas vezes em frente à casa da jovem.
Mais tarde, por volta das 18h43, Zarhará é filmada saindo de casa e dirigindo até a faculdade, onde deixa o carro em uma rua próxima.
“O veículo circulava nas imediações da casa da vítima e da faculdade. A partir desse padrão, conseguimos identificar o modelo do carro e chegamos à placa”, explicou o delegado Marcelo Pereira Dias.
O veículo da suspeita foi visto em frente à casa da vítima horas antes
RPC Foz do Iguaçu
Câmeras internas da instituição também registraram Zarhará saindo da aula. Testemunhas ouvidas pela polícia relataram o comportamento da jovem naquela noite. As testemunhas não serão identificadas por questões de segurança.
“Quando ela ia fazer alguma coisa, ela ia arrumada para a faculdade ou comentava com a gente […] naquele dia, ela até ‘tava’ tão tranquila que parecia que nem queria ir embora. A gente ainda ficou conversando um tempão depois da aula”, afirma uma das testemunhas.
Após a aula, Zarhará foi até o estacionamento, onde, segundo a polícia, Pâmela a aguardava. Em seguida, o carro da vítima aparece seguindo rumo ao local onde o corpo foi localizado. O veículo preto é registrado fazendo o mesmo trajeto.
Carro da vítima e da suspeita foram vistos na mesma rua momentos antes do crime
RPC Foz do Iguaçu
“A hipótese mais plausível é que a Pâmela aguardou a vítima e teria a convencido a dar uma carona. Elas podem ter entrado no veículo de forma amigável, sem coação”, afirmou o delegado.
As câmeras também mostraram que, após sair da faculdade, o carro de Zarhará retornou para a rua da casa dela. O veículo permaneceu parado por cerca de cinco minutos.
“É possível observar um movimento semelhante a uma pessoa descendo do carro. Acreditamos que, nesse momento, a autora assumiu a direção e Zarhará teve pernas e mãos amarradas”, relatou o delegado.
Depois, o veículo seguiu até o bairro Remanso Grande. Esse foi o último registro do carro antes de a jovem ser encontrada morta.
“Acreditamos que ela fez um reconhecimento do local antes da execução do crime”, explicou Marcelo Dias.
Imagens mostram o carro preto fazendo o mesmo trajeto cerca de uma hora depois. Segundo a polícia, quem dirigia nesse momento era Bruno, namorado da suspeita. O carro foi até o local do crime e depois seguiu para a casa de Pâmela.
Não há registros do crime em si, mas para a polícia, Bruno foi buscar a namorada após o assassinato.
Caso Zarhará é destaque no Meio-Dia Paraná Foz
Indícios para a prisão dos suspeitos
Bruno e Pâmela estão presos pela morte de Zarhará
RPC Foz do Iguaçu
A polícia identificou o casal por meio da placa do carro preto, registrado em nome de Pâmela. Em depoimento, Bruno negou envolvimento, disse que apenas buscou o carro a pedido da namorada e que não conhecia a região onde o corpo foi encontrado.
Segundo ele, Pâmela pediu que buscasse o carro que ficou estacionado próximo à faculdade de Zarhará. Momentos depois, a esteticista pede que ele a buscasse no local do crime.
“Ela perguntou se eu podia buscar ela. […] Bom, eu fiquei ali esperando, até que após uns 5 minutos ela falou: ‘toca embaixo’. Aí eu dei a volta com o carro. Quando eu descia, eu já encontrei ela na metade do caminho ali”, conta.
Ele afirmou não conhecer Zarhará, nem saber se namorada tinha algum vínculo com ela. Bruno continua preso e a polícia afirma que ele apresentou contradições no depoimento.
Além dos depoimentos, a PC encontrou indícios como as digitais de Pâmela no carro da vítima e nas fitas adesivas que prendiam os braços e pernas de Zarhará.
Tornozeleira eletrônica ajudou a localizar suspeita
Pâmela usava tornozeleira eletrônica por cumprir pena em regime domiciliar por tráfico de drogas.
Segundo a PC, ela chegou a tentar burlar o monitoramento cobrindo o equipamento com papel alumínio. Mesmo assim, a localização foi detectada por torres de telefonia, e o sinal apontava sua presença na rota percorrida por Zarhará.
O delegado Marcelo Pereira Dias destaca ainda que a vítima já vinha recebendo ameaças anônimas desde dezembro de 2023. A polícia rastreou as mensagens e descobriu que vinham de um número ligado à esteticista.
As investigações também revelaram que Pâmela frequentava um clube de tiro na região do Remanso Grande, o que, para a polícia, reforça o conhecimento prévio da área onde o corpo foi deixado.
Defesa dos réus
Em depoimento à delegacia, ainda na fase de inquérito policial, Pâmela preferiu ficar em silêncio.
Por meio de nota, a defesa da esteticista informou que confia nas instituições e acredita que a apuração esclarecerá os fatos.
Os advogados de Bruno negam que ele soubesse do crime.
Apesar das provas e prisões, a motivação do assassinato ainda é investigada. O Ministério Público acredita que outras pessoas possam estar envolvidas no caso.
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