Agente funerário cobrava propina por enterros rápidos, que chamava de ‘cafezinho do coveiro’. Polícia ainda investiga paradeiro dos corpos desenterrados. O cemitério de Trapani, na Itália
Polícia da Itália
A polícia da Sicília, na Itália, prendeu nesta segunda-feira (14) um ex-coveiro acusado de participar da venda ilegal de túmulos no cemitério da cidade de Trapani. Segundo as autoridades, ele removia os corpos enterrados para revender os espaços. Outras 18 pessoas também estão sendo investigadas.
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O cemitério, localizado na costa siciliana, tem sido alvo de críticas nos últimos anos por má gestão. Três funerárias locais envolvidas no esquema foram proibidas de operar.
De acordo com a polícia, o ex-coveiro exigia dinheiro em troca de sepultamentos rápidos, que ele mesmo chamava de “o cafezinho do coveiro” — numa referência irônica ao suborno cobrado por fora.
Ele também dificultava o trabalho da empresa oficial encarregada dos serviços funerários e favorecia funerárias de sua confiança, das quais recebia uma porcentagem dos lucros.
O homem também recorria a um pedreiro de confiança para fazer reformas em capelas funerárias privadas, oferecendo descontos por fora do sistema oficial, sem o pagamento do imposto municipal.
Além disso, o acusado alertava floriculturas sobre a presença de novos arranjos nos túmulos para que fossem recolhidos e revendidos. Ele é suspeito ainda de roubar objetos de valor dos corpos, como joias de ouro.
A polícia disse à AFP que ainda não sabe o destino dos corpos exumados. No entanto, um caso relatado pela imprensa local em fevereiro de 2024 chamou atenção. À época, uma família encontrou o túmulo do parente com outro nome na lápide e, depois de buscas, localizou o corpo dentro de um saco plástico, em outro ponto do cemitério.
Casos assim não são isolados no sul da Itália, onde cemitérios e funerárias costumam ser controlados por máfias ou funcionários corruptos.
Duas semanas antes, o zelador do cemitério de Tropea, na Calábria, foi condenado a cinco anos de prisão, e o filho dele a três anos e meio. Eles transformaram o local em um “cemitério dos horrores”, segundo a imprensa.
A dupla retirava cadáveres ainda em decomposição para liberar espaço e foi flagrada pela polícia usando serras e facas para desmembrar os corpos antes de incinerá-los.
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