!['Coloquei fotos pela casa para que reconhecesse quem é', diz viúva de tesoureiro do PT sobre filho que tinha 40 dias quando pai foi morto](https://tocanteen.com.br/wp-content/uploads/image-13-cLSZBs.jpeg)
Declaração de Pâmela Suellen Silva foi dada durante depoimento no júri popular de Jorge Guaranho, acusado de matar Marcelo Arruda em 2022, enquanto vítima comemorava aniversário. Policial civil Pâmela Suellen Silva viúva de Marcelo Arruda foi a primeira a ser ouvida no julgamento de Jorge Guaranho, em Curitiba
Reprodução RPC
Pâmela Suellen Silva, ex-companheira de Marcelo Arruda, foi a primeira testemunha a ser ouvida no julgamento de Jorge Guaranho, ex-policial penal réu por homicídio duplamente qualificado pelo assassinato do tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) de Foz do Iguaçu, no Paraná.
No júri, que teve início nesta terça-feira (11), Pâmela deu detalhes da ausência de Marcelo na vida do filho mais novo, que tinha 40 dias de vida quando o pai foi baleado e morto por Guaranho enquanto celebrava 50 anos de idade em uma festa temática do PT e Lula.
“O bebê não sabe o que é pai, o que é falar a palavra pai, ele não teve essa oportunidade de conhecer o Marcelo, ele não tem consciência do que é ter pai. Ele sabe quem é o Marcelo, eu coloquei várias fotos do Marcelo pela casa para que ele conhecesse quem é o pai dele […] Eu não consegui viver essa coisa de mãe. Não pude dar isso, porque eu estava em um estado emocional muito delicado.”
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Além de Pâmela, outras sete testemunhas e três peritos devem ser ouvidos no julgamento.
O depoimento dela não pôde ser gravado, assim como os das demais testemunhas que participam do júri.
Pâmela enterrou então companheiro com bebê de pouco mais de 40 dias no colo
Marcos Landim/RPC Foz do Iguaçu
Tempo real: g1 transmite ao vivo o julgamento
Cronologia: relembre o crime
O depoimento de Pâmela começou por volta das 11h15. Pela manhã, ela respondeu a perguntas da acusação por cerca de duas horas. Ao Ministério Público, Pâmela destacou como era Marcelo Arruda e recordou detalhes anteriores ao crime, como a organização da festa.
Também falou sobre a chegada de Guaranho ao local – que segundo ela, foi ao salão duas vezes. Na primeira ida, ela diz que houve uma discussão entre Guaranho e Marcelo. Já na segunda, foi quando Guaranho atirou e houve o confroto entre ele e Marcelo Arruda, que também era guarda municipal.
Segundo Pâmela, os convidados receberam convites particulares e nem ela, nem Marcelo, nem os convidados conheciam o acusado. Disse, também, que ao ouvir ele chegar gritando o nome “Bolsonaro”, pensou se tratar de uma brincadeira. Ao perceber que era sério, tentou fazer Guaranho abaixar a arma alegando que era policial.
“Quando eu vi a arma eu imediatamente me aproximei. Pensei ‘meu Deus, o que tá acontecendo aqui?”, diz Pâmela.
Em um trecho, ao ser questionada pela defesa de Guaranho se viu o réu ser agredido após o confronto a tiros, ela respondeu que passou os últimos instantes ao lado do companheiro, que morreu em um hospital de Foz horas depois de ser socorrido.
Ela também destacou o que sentiu frente à mudança abrupta de uma comemoração para uma tragédia.
“Depois disso (tiros), foi um terror. Eu tive que tomar todas as providências de uma pessoa que estava fazendo aniversário, para providenciar o velório”, disse Pâmela.
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Perguntas da defesa de Guaranho
Após o intervalo, à tarde, Pâmela respondeu a perguntas feitas pelos advogados da defesa do réu.
O advogado do réu questionou várias vezes se alguém impediu que Guaranho atirasse contra Pâmela enquanto ela estava na linha de frente do tiro. Fez também algumas perguntas sobre as agressões que Guaranho sofreu depois que estava caído no chão, por convidados da festa, mas foi repreendido, uma vez que existe um processo que apura essa situação paralelamente.
A defesa perguntou também se ela tem consciência sobre os ferimentos que Guaranho teve por conta dos tiros de Arruda que o atingiram. Dois jurados também fizeram perguntas à Pâmela.
O crime, segundo a polícia
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Conforme as investigações, Jorge Guaranho invadiu a festa de aniversário de Marcelo Arruda e os dois discutiram. Cerca de 10 minutos depois, o policial penal voltou ao local, armado, e disparou contra Arruda, que revidou usando a arma que carregava por ser guarda municipal.
Arruda foi socorrido, mas morreu na madrugada de 10 de julho de 2022. Ele deixou quatro filhos. Na época do crime, um deles tinha pouco mais de 40 dias.
Após o crime, Guaranho foi agredido por convidados presentes na festa de Marcelo. Ele foi internado e permaneceu em hospital de Foz do Iguaçu até ter alta e ser encaminhado ao Complexo Médico-Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, onde ficou preso até setembro 2024. Atualmente, Guaranho cumpre prisão domiciliar.
O infográfico abaixo mostra a ordem dos acontecimentos do crime, segundo a Polícia Civil:
Entenda ordem dos acontecimentos no dia do assassinato do petista baleado em festa de aniversário, segundo a polícia
Arte/g1
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