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Cidade a cerca de 65 km de Porto Alegre superou capitais e grandes centros urbanos. Levantamento considera indicadores como educação, saúde e segurança. Vista aérea do município de Presidente Lucena (RS)
Divulgação/Prefeitura de Presidente Lucena
O que leva uma cidade a ser considerada uma das melhores em qualidade de vida? Os 3 mil habitantes de Presidente Lucena podem responder, já que o município a cerca de 65 km de distância de Porto Alegre foi considerado o 6º melhor do Brasil de acordo com um ranking do instituto Imazon.
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“É um trabalho feito ao longo dos anos. Não é um prêmio para o prefeito, para os secretários, o mérito é de todo mundo. Temos qualidade na saúde, na educação, temos emprego, um povo trabalhador e ordeiro. É por isso”, diz o prefeito Luiz José Spaniol (PDT).
O levantamento levou em conta indicadores como educação, saúde e segurança e deu a Presidente Lucena a pontuação de 70,07, superando capitais e grandes centros urbanos.
A melhor colocação geral ficou com Gavião Peixoto (SP), que teve 73,26. O levantamento contemplou os 5.570 municípios brasileiros. (Veja lista abaixo)
De colonização alemã e economia baseada na indústria calçadista e agropecuária, Presidente Lucena tem, segundo Spaniol, mais vagas de emprego do que mão de obra e baixa desigualdade, fatores que podem ter impactado na pontuação do município.
“Não temos desemprego. Tem mais vaga de emprego do que população, muitos trabalhadores vêm de outros municípios trabalhar nas indústrias e na agropecuária daqui. Facilmente passa de 3 mil trabalhadores na cidade. E é uma cidade bastante igualitária, não tem o muito rico, nem o muito pobre”, avalia Spaniol.
A história de Presidente Lucena remonta ao início do século XIX, quando, em 25 de julho de 1824, os primeiros imigrantes alemães da região do Hunsrück se estabeleceram na atual São Leopoldo, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Os colonos precisaram desbravar a mata virgem da região para povoar o futuro município. O nome da cidade é em homenagem ao presidente da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul (futuro estado do RS), em 1885, Henrique Pereira de Lucena.
A colonização é visível (ou audível) no município: ainda que durante o período das guerras o ensino da língua alemã fosse proibido nas escolas, atualmente cerca de 80% da população fala Hunsrückisch, dialeto alemão falado na região de Hunsrück.
“Eu, por exemplo, falo tudo em alemão”, brinca o prefeito.
Sem polarização
Se na última década o Brasil viu o embate político se dividir entre PT e PL, com disputas entre o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente Jair Bolsonaro, Presidente Lucena parece viver outra realidade. As três mais recentes eleições para prefeito reelegeram a situação: Luiz José Spaniol (PDT), atual prefeito, era vice de Gilmar Führ (PSDB), líder do Executivo nas últimas duas gestões, entre 2017 e 2024.
Na Câmara de Vereadores da cidade, também é aparente o distanciamento da população aos dois partidos que monopolizam o debate político nacional: dos 9 vereadores da cidade, 5 são da coligação PDT-PSDB, que representa a situação, e 4 são do MDB, atual oposição.
“Vejo como muito ruim essa polarização em nível nacional. Só se discute isso, não se discute os verdadeiros problemas do Brasil. Em Presidente Lucena, se faz política mais com conversa, participação da comunidade. Todo mundo se conhece, a Prefeitura está sempre aberta a receber todo mundo. Não tem como errar”, diz o prefeito.
Capital da chimia colonial
Desfile durante a XII Schmierfest, em 2015, em Presidente Lucena
Marcelo Rodrigo Seibel/Prefeitura de Presidente Lucena
Presidente Lucena é conhecida como a “capital da Schmier Colonial”, uma referência à tradicional geleia alemã, também chamada de “chimia”. O título é celebrado anualmente na Schmierfest, que reúne a comunidade em apresentações culturais, com gastronomia típica e atividades tradicionais na Avenida Presidente Lucena, a principal da cidade.
Entre os pontos turísticos da cidade, destacam-se o núcleo histórico de Picada Schneider, a ponte férrea em Linha Nova Baixa sobre o Rio Cadeia e o Morro do Pedro, com 595 metros de altura, oferecendo vistas panorâmicas da região
Como o índice foi feito?
O índice é composto por 57 indicadores separados em três grupos principais. São eles:
Necessidades Humanas Básicas: avalia se o brasileiro tem acesso a comida, saúde, moradia, segurança.
Fundamentos do Bem-Estar: analisa acesso à educação fundamental, vida saudável, contato com a natureza.
Oportunidades: analisa os dados a respeito de direitos individuais e acesso ao ensino superior.
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