Juliana Marins caiu à beira de um vulcão, na Indonésia, está há mais de 48 horas à espera de socorro. Brasileira que caiu à beira de um vulcão, na Indonésia, está há mais de 48 horas à espera de socorro
O cenário é descrito como “de outro mundo” por turistas: chão de cascalhos, nuvens baixas e a vista para o lago Sinara Anak, no entorno do vulcão Rinjani, na Indonésia.
Mas a beleza da trilha de dois dias de duração contrasta com o drama vivido pela brasileira Juliana Marins, que desapareceu após um acidente no local.
Juliana tem 26 anos, é de Niterói, no Rio de Janeiro, formada em publicidade pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Nadadora e praticante de pole dance, ela decidiu embarcar em uma aventura sozinha pela Ásia. Passou por Filipinas, Vietnã e Tailândia até chegar à Indonésia, no fim de fevereiro.
No país, juntou-se a um grupo de cinco turistas e um guia para escalar o Monte Rinjani, com mais de 3 mil metros de altura.
A italiana Federica Matricardi, que conheceu Juliana um dia antes da trilha, relembrou o esforço da subida e a decepção com a vista encoberta por neblina. Elas acamparam e retomaram a trilha na madrugada seguinte, por volta de 5h15.
“Estava muito frio, e foi muito difícil (…) começamos a caminhar juntas e alguns rapazes foram mais rápido”, lembra.
Federica seguiu à frente, acompanhada de outros turistas, enquanto Juliana caminhava com o guia, logo atrás.
O francês Antoine Le Gac, também do grupo, contou que as condições eram ruins: ainda estava escuro, com pouca visibilidade e o terreno era escorregadio, iluminado apenas por lanternas.
“Durante a trilha, tínhamos diferenças de nível. (…) no momento do acidente, eu estava bem na frente. Ela estava sozinha com o guia. Era muito cedo, antes do sol nascer, em condições de visão ruins, com uma simples lanterna para iluminar terrenos difíceis, escorregadios”
Segundo autoridades locais, Juliana teria caído cerca de 300 metros abaixo da trilha, perto do ponto mais alto da montanha.
Horas depois, outro grupo chegou ao local e, com ajuda de um drone, a localizou.
A brasileira estava presa em uma fresta da pedra, com dificuldade para se mover. Vestia calça jeans, camiseta, luvas e tênis — sem agasalho, apesar do frio intenso, e sem os óculos, fundamentais para sua visão, pois tem cinco graus de miopia.
A notícia do acidente chegou ao Brasil na sexta-feira (20), por uma rede social.
A irmã de Juliana, Mariana Marins, inicialmente duvidou da informação, mas reconheceu a jovem pelas roupas e pelo rosto nas imagens.
Desde então, a família vive à espera de respostas e enfrenta dificuldades para obter informações confiáveis à distância.
“A verdade é que, a gente descobriu isso em contato com pessoas que trabalham no parque, é que a Juliana estava nesse grupo de cinco pessoas, sim, com um guia. Porém, a Juliana ficou muito cansada, pediu pra parar um pouco (…) eles seguiram em frente. O guia não ficou com ela. (…) As informações que a gente tem também, vindas do parque, são de que a Juliana entrou em desespero porque não sabia o que fazer — e aí acabou culminando no sumiço dela. Quando percebeu que ela estava demorando muito, ele chegou. Ele chegou e viu que ela tinha caído lá embaixo”
Além da angústia, a família ainda precisou lidar com informações falsas. A irmã da vítima recebeu um vídeo que sugeria que Juliana já havia sido resgatada e recebido comida e água. A informação foi desmentida mais tarde.
“Chegamos a comemorar. Foi um choque descobrir que era mentira”, contou a irmã.
O embaixador do Brasil na Indonésia admitiu, em ligação registrada pelo Fantástico, que repassou informações incorretas no início, com base em relatos imprecisos das autoridades locais.
Ele afirmou ainda que a equipe de resgate chegou ao local onde Juliana tinha sido vista, mas ela já não estava mais lá. As buscas foram ampliadas com o uso de drones térmicos, mas uma forte neblina interrompeu a operação.
Juliana estava há mais de 48 horas à espera de resgate. Cada minuto fazia diferença diante das condições extremas da montanha.
Mariana, que se manteve em contato com autoridades, amigos e voluntários, disse que continuava acreditando: “Eu acredito que minha irmã está viva.”
Juliana Marins caiu à beira de um vulcão, na Indonésia, está há mais de 48 horas à espera de socorro.
TV Globo/ Reprodução
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