Mordidas, ferroadas e até choque elétrico podem ser causados aos humanos por espécies da região. g1 conversou com o especialista que listou espécies de peixes amazônicos que podem causar acidentes. Piranha Caju bastante encontrada em rios amazônicos.
Divulgação/Reuters
A riqueza da biodiversidade presente nos rios da Amazônia costuma encantar os olhares curiosos que se voltam à região. Em meio a beleza que existe sob as águas, no entanto, vivem espécies de peixes temidas pelos riscos que apresentam aos seres humanos.
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Mordidas, ferroadas e até choque elétrico podem ser causados aos humanos por espécies da região. Embora possam trazer consequências à saúde humana, o doutor em ecologia aquática Edinbergh Caldas de Oliveira explica que esses tipos de peixes não costumam atacar sem antes se sentirem ameaçados.
“É sempre importante a gente frisar e citar, sim, que não são ataques, são acidentes, porque geralmente ocorre com o homem entrando no habitat. É sempre bom procurar um atendimento especializado após os acidentes, alguns causam sequelas posteriores porque não houve um tratamento no momento do acidente, o que pode gerar uma infecção secundária” explicou o professor.
O professor também recomenda que, em casos de acidentes, é importante buscar atendimento médico imediatamente para realizar o tratamento adequado.
Ao g1, o especialista listou dez peixes encontrados na Amazônia que representam risco de acidentes aos humanos. Confira:
🐟 Piranha
Piranhas costuma andar em cardumes.
Getty Images
A piranha é um dos peixes que mais causam tensões aos humanos pelas histórias difundidas sobre a espécie – e que muitas vezes não passam de mitos.
“Os ataques com piranhas normalmente ocorrem quando o banhista se aproxima de um local onde tem um ninho desses animais”, diz Oliveira.
O especialista ainda ressalta que os ataques se limitam a uma ‘mordida de advertência’ que o peixe usa para afastar o invasor e que três espécies apresentam maior incidência nos rios amazônicos: piranha preta, piranha branca, e a piranha caju.
🐟 Arraia de água doce
Espécie conhecida como arraia de fogo; animal possui ferrão venenoso.
Divulgação
As arraias são peixes que possuem um esqueleto constituído por cartilagem, assim como os tubarões, e podem habitar tanto em águas salgadas, como em água doce. O animal costuma ficar camuflado sob a areia.
Os acidentes com a espécie costumam ocorrer quando o ser humano pisa no animal, momento em que a arraia lança a sua cauda com ferrão e crava os espinhos no pé ou na perna da pessoa, liberando também uma toxina que causa bastante dor.
“É possível que permaneçam fragmentos do revestimento da cauda na lesão, aumentando o risco de infecção”, pontua o especialista.
🐟 Bagres
Bagre Azul pode ser encontrado no Amazonas; espécie possui espinhos no corpo.
Reprodução
Lisos e pontiagudos, os bagres possuem diversas espécies encontradas em rios e lagos do Amazonas. Os acidentes geralmente acontecem no manuseio desses peixes, devido a presença de espinhos no corpo que podem perfurar a pele.
“Há casos também de humanos que se feriram ao pisar no animal”, pontua o especialista.
🐟 Pirarucu
Animal costuma causar acidentes durante manuseio, ao se debater e atingir humanos com bastante força.
Arquivo Pessoal
O pirarucu é uma das maiores espécies de peixes de água doce do mundo. Encontrados em toda bacia amazônica, esses gigantes podem alcançar até 4,5 metros de comprimento e pesar até 200 quilos. Devido ao tamanho, os acidentes podem acontecer no manuseio do animal: eles se debatem com muita força, podendo atingir uma pessoa com bastante força.
O professor citou o caso de um pescador no munícipio de Maraã, interior do Amazonas, que morreu após o animal se debater e acertar a cabeça do homem, causando um traumatismo craniano.
🐟 Candiru
‘Peixinho’ que varia entre três e 12 centímetros é um dos ‘vilões’ das águas na Amazônia.
Matheus Castro/g1 AM
O candiru é uma da espécies de peixes que mais podem causar espanto aos banhistas dos rios do Amazônia. Eles podem ser divididos em candiru-açu necrófago, que se alimenta de material orgânico e faz a limpeza do ambiente aquático e o candiru-açu hematófago que pode entrar nas parte íntimas do ser humano e também se alimenta de carcaças de outros animais.
🐟 Traíra
Traíra é um peixe que possuí dentes grandes e afiados.
Reprodução
A traíra é um peixe carnívoro que se alimenta de pequenos peixes, rãs e insetos. A espécie espera a presa imóvel, junto ao fundo de lama ou em locais de pedras na Amazônia.
“Os acidentes podem acontecer quando é feito o manuseio desse animal, que possui dentes afiados e grandes, e acabam mordendo caso a mão ou alguma parte do corpo seja aproximada da boca do peixe”, alerta Oliveira.
🐟 Baiacu amazônico
Baiacu amazônico possuí toxina que pode prejudicar a saúde humana.
Reprodução
O Baiacu Amazônico é encontrando em várias regiões da Bacia Amazônica no Brasil, Peru e Equador. Possui comportamento pacífico e convive bem com outros da mesma espécie, porém, é um predador tóxico.
“Ele possui uma toxina que pode prejudicar a saúde humana”, diz o especialista.
🐟 Poraquê
As descargas elétricas podem ser usadas para caça e defesa.
Leandro Sousa/Acervo Pessoal
O poraquê é a maior espécie de peixe-elétrico existente e a mais comum na região amazônica. O peixe é o único que produz descargas elétricas fortes, que chega a 500 volts, usadas para caça e defesa.
De acordo com o professor esse choque elétrico pode causar a tontura, fazendo o ser humano cair na água parcialmente inconsciente e se afogar.
🐟 Peixe sapo de água doce
Peixe sapo amazônico é venenoso.
Reprodução
O peixe sapo de água doce mede de 12 a 15 cm de comprimento e vive enterrado na areia ou na lama. A espécie é venenosa e possui espinhos ósseos na linha lateral e ao redor da cabeça que, uma vez pisado, pode causar ferimentos na planta dos pés.
🐟 Tubarão de cabeça chata
Tubarão encontrado no Rio Tapajós, em Santarém, no estado do Pará.
Maurício Rebouças/TV Tapajós
Por mais que seja um peixe de água salgada, a espécie de tubarão já foi encontrada em rios amazônicos, inclusive subindo o rio Amazonas e chegando até o Equador. Uma espécie já foi capturada no município de Itacoatiara, interior do Amazonas.
A espécie pode atacar humanos e tem uma mordida muito potente. Além disso, podem causar um desequilíbrio ecológico no Amazonas.
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Mitos
O professor aproveitou a oportunidade para esclarecer alguns mitos. Um exemplo popular é de que cardumes de piranhas podem atacar seres humanos para se alimentar, porém não existe nenhuma comprovação científica do comportamento.
Outro caso de informação falsa é a de que os candirus são atraídos pela urina humana. O grande perigo é de o peixe ser atraído pelo sangue humano, ainda assim, algo raro de acontecer segundo o especialista.
Nos últimos anos, a espécie de peixe pacu foi apontada como a responsável por causar a síndorme de Haff, popularmente conhecida como ‘doença da urina preta’. O professor destaca que uma alteração no ecossistema pode levar a contaminação dos peixes que, ao serem consumidos pelos humanos, pode causar a síndrome, mas a espécie em si não é a causadora da doença.
Peixes-elétricos amazônicos se organizam em grupos para caçar