Breakaway roping amplia possibiliadde de provas para mulheres no rodeio
A participação das mulheres no rodeio foi ampliada na 70ª edição da Festa do Peão de Barretos, que terminou neste domingo (31). Com a entrada oficial da modalidade breakway roping, importada dos EUA, e o tradicional três tambores, elas passam a disputar duas provas.
🔎 No breakaway roping, a amazona em seu cavalo precisa laçar um bezerro por um percurso cronometrado na arena. Vence quem laçar o animal no menor tempo possível. O laço especial se rompe com a força do bicho e não implica em nenhum dano para o bem-estar dele, segundo a organização.
O diretor de rodeios da Festa de Barretos, Marcos Abud, explica que a novidade surgiu da parceria do evento brasileiro com o The American, o rodeio mais bem pago do mundo que acontece no estado americano do Texas.
“Nos Estados Unidos, é uma modalidade que está bombando, tem um número de competidoras muito grande. O pessoal do The American queria lançar no Brasil para que no futuro tenha um número de competidoras legal. Eu acredito muito nas nossas meninas. Eu confio muito nessa prova. A Liga Nacional está com a ideia de fazer algumas competições no Brasil e levar as meninas junto e trazer mais adeptas para cá”, diz.
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Peoa durante final do Breakaway, modalidade feminina de laço, na Festa do Peão de Barretos 2025
Érico Andrade/g1
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Profissionalização
A produtora rural Isadora Brites, de 31 anos, natural de Quatá (SP), se interessa pelas competições equestres desde a infância, incentivada pela família. Ela vê um interesse crescente nas pessoas que nem sempre estiveram imersas na cultura rural. Muitas, inclusive, competem com cavalos emprestados.
“O rodeio ele abre muito espaço para mulher mexer com o cavalo. Muitas crianças e também muitas pessoas que não tiveram isso na infância, mas começaram a partir dos 20, dos 30. Hoje a gente vê pessoas iniciantes com 30 anos. Então assim, parece que viralizou e pegou desde as crianças até as pessoas que não tiveram isso na infância”, diz.
A competidora Lívia Maria de Oliveira, de 32 anos, acredita que existe muito espaço para as modalidades femininas crescerem nos rodeios. Para ela, é necessário um olhar mais carinhoso por parte dos patrocinadores, já que poucas atletas conseguem se profissionalizar e sobreviver somente das competições.
“Hoje, para ser uma atleta profissional, é muito difícil no Brasil. Tem que ser contratado de algum rancho. Então, um rodeio como Barretos abre portas para a gente receber patrocínio e facilitar para que a gente consiga sobreviver das competições”, relata.
Peoa durante final do Breakaway, modalidade feminina de laço, na Festa do Peão de Barretos 2025
Érico Andrade/g1
Lívia, que compete por hobby, também é dona de uma loja de moda sertaneja, sua principal fonte de renda. Ela espera que, no futuro, seja possível a profissionalização, especialmente porque as modalidades femininas têm conquistado apoio do público nas arenas e nas redes sociais.
“É muito gostoso ver o tanto que a mulher ocupou seu espaço no rodeio. O respeito dos homens também tem crescido conforme o tempo vai passando. Aquele machismo que rodeio era o lugar só para homem, está perdendo a força e está fazendo com que as mulheres entrem e deem um toque especial”, opina.
Companhia bem-vinda
Até então, a única prova dedicada às mulheres eram os três tambores. Na modalidade, a amazona tem que contornar um percurso com três obstáculos em um circuito triangular pela arena. Vence quem terminar o trajeto em menos tempo.
Peoa durante final dos Três Tambores, modalidade feminina, na Festa do Peão de Barretos 2025
Érico Andrade/g1
Tricampeã dos três tambores em Barretos, Ana Carolina Laurini Cardozo, de 39 anos, celebra a entrada de mais uma prova feminina.
“Eu acho que a mulher pode o que ela quiser. Já que ela pode o que ela quiser, ela pode laçar, ela pode competir três tambores ou ser madrinheira.
A filha dela, Maria Eduarda, de 20 anos, foi finalista da prova de Três Tambores em Barretos 2025, garantindo o legado da família, que lida com cavalos há gerações.
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