No dia anterior, a moeda norte-americana avançou 0,67%, cotada a R$ 5,8905. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira encerrou em queda de 0,16%, aos 129.245 pontos. Notas de dólar, em 10 de abril de 2025
Tatan Syuflana/ AP
O dólar voltou operar em queda nesta quarta-feira (16), conforme investidores avaliavam o cenário internacional e seguiam na expectativa pelo discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), previsto para hoje.
A guerra comercial entre os EUA e a China trouxe novos capítulos. Nesta terça (15), a Casa Branca publicou um documento que, sem aviso prévio, informou que as tarifas sobre os produtos chineses são de até 245% agora.
No mesmo dia, a porta-voz do governo, Katherine Leavitt, disse que os EUA estão dispostos a negociar, mas indicou que é a China quem deve procurar Trump para chegar a um acordo.
Já nesta quarta, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Li Jian, afirmou que os EUA deveriam desistir de ameaças e chantagens se realmente quiserem dialogar e negociar com o país asiático para evitar a crescente guerra tarifária.
Já para o discurso de Powell, a expectativa dos investidores é que o banqueiro central dê novas pistas sobre a condução das taxas de juros na maior economia do mundo, atualmente entre 4,25% e 4,50% ao ano.
Embora agentes do mercado financeiro acreditem que o Fed possa cortar os juros ainda neste ano, a política tarifária do presidente americano, Donald Trump, gera incertezas. Isso porque o aumento das tarifas tende a pressionar os preços e a aumentar a inflação — potencialmente forçando o BC norte-americano a subir os juros do país novamente.
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O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, opera em baixa.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
Às 11h15, o dólar caía 0,22%, cotado a R$ 5,8778. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda americana teve alta de 0,67%, cotada a R$ 5,8905.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,33% na semana;
ganho de 3,24% no mês; e
perda de 4,68% no ano.
a
📈Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,40%, aos 128.727 pontos.
Na véspera, o índice teve baixa de 0,16%, aos 129.245 pontos.
Com o resultado, o Ibovespa acumulou:
alta de 1,23% na semana;
recuo de 0,78% no mês; e
ganho de 7,46% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
O discurso de Jerome Powell está previsto para as 14h15 e deve movimentar o mercado ao longo do dia, já que há muita expectativa pelos próximos passos do Fed até o final do ano, sobretudo por conta do tarifaço de Trump.
Nesta segunda, o diretor do Fed Christopher Waller já havia falado sobre o assunto, afirmando que a política tarifária de Trump é “um dos maiores choques a afetar a economia dos EUA em muitas décadas”.
Segundo analistas da XP Investimento, apesar da indicação de Waller de que os efeitos das tarifas sobre a inflação sejam “transitórios”, o Fed começa a entrar em um “momento difícil”.
“Vemos o Fed entrando em um momento difícil, com a inflação pressionada, enquanto a economia pode enfrentar uma recessão devido às incertezas trazidas pelo aumento das tarifas comerciais implementado pelo governo Trump”, afirmaram os analistas em relatório.
Todo esse cenário tende a afetar a dinâmica do comércio global. A questão para a economia global é que o aumento de tarifas traz as seguintes consequências:
➡️ As tensões crescentes entre os países, principalmente China e EUA, elevam as incertezas globais com o futuro da economia.
➡️ Mais tarifas tornam os produtos que chegam aos países mais caros, o que contribui para um aumento da inflação.
➡️ Com os preços altos, o mercado teme que aconteça uma redução nos níveis de consumo da população, além de uma queda no comércio internacional.
➡️ Esse cenário nas maiores economias do mundo eleva os temores por um período de recessão global.
Neste pregão, também, repercute a notícia de que a Casa Branca informou em um documento, sem aviso prévio, que as tarifas sobre a China agora são de até 245%.
O governo americano não explicou como os EUA chegaram ao cálculo dessa taxa que será aplicada sobre os produtos chineses.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, respondeu ao questionamento de jornalistas locais sobre as tarifas de 245% afirmando que “podem perguntar ao lado americano o valor específico das tarifas” e que a China deve manter sua posição, segundo o jornal estatal chinês Global Times.