Ao Fato ou Fake, a assessoria do Banco Central Europeu diz que a publicação que viralizou no X distorceu fala da presidente da instituição, Christine Lagarde. Notícia falsa sobre proibição de cartões americanos na Europa começaram a circular após declaração de Christine Lagarde, presidente do BCE
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Circula nas redes sociais um post dizendo que a União Europeia pretende parar de aceitar de cartões de crédito americanos. É #FAKE.
selo fake
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🛑 O que mostra a publicação?
Um post de 8 de abril de 2025 no X, que teve mais de 3,4 milhões de visualizações, atribui à presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, a seguinte declaração: “A União Europeia quer abandonar os cartões de crédito Visa e Mastercard, PayPal e Alipay”.
A publicação viralizou em meio a um cenário de aumento das tensões comerciais entre o bloco europeu e os Estados Unidos, seis dias após o governo Donald Trump anunciar o tarifaço, como ficou conhecia a medida que previa um grande aumento no imposto de produtos importados. Na data da publicação no X, o presidente americano ainda não havia recuado e decidido pela “pausa” no programa.
⚠️ Por que o conteúdo é falso?
Ao Fato ou Fake, a assessora do BCE Josephine Nachtsheim afirmou que a publicação distorceu uma declaração feita por Lagarde em entrevista à rádio irlandesa Newstalk, concedida em 2 de abril de 2025. No programa “The Pat Kenny Show”, a presidente do BCE defendeu o desenvolvimento do “euro digital”, uma plataforma de pagamentos desenvolvida pela própria instituição, o que reduziria sua dependência em sistemas oferecidos por fornecedores estrangeiros.
“A presidente do BCE, Christine Lagarde, destacou recentemente a urgência de a Europa desenvolver seu próprio sistema de pagamentos para reduzir a dependência de fornecedores americanos ou chineses Infelizmente, sua declaração foi mal interpretada nas redes sociais”, disse Josephine Nachtsheim, por e-mail.
A assessora comentou ainda que a fala da presidente do BCE não pode ser interpretada como um aceno ao veto a cartões de crédito e outros sistemas de pagamento americanos ou chineses, uma vez que a variedade de opções confere ao setor a competividade:
“O BCE não está defendendo o abandono dos sistemas de pagamento fornecidos por empresas como Visa, Mastercard, PayPal ou Alipay. Pelo contrário, apoiamos um cenário de pagamentos diversificado e competitivo que inclua opções tanto privadas quanto públicas. Um euro digital serviria como uma escolha adicional para consumidores e empresas, e não como um substituto, complementando assim o dinheiro em espécie e os métodos de pagamento digital já existentes”.
O comentário de Lagarde ocorreu apenas horas antes do anúncio do tarifaço de Trump, que na ocasião exibiu uma tabela de tarifas recíprocas para mais de 100 países, entre os quais os membros da UE.
Antecipando-se a essas medidas, o entrevistador questionou a presidente do BCE se ela achava que a UE deveria retaliar o eventual aumento das tarifas. A resposta foi:
“Isso é algo para os representantes eleitos decidirem. Nosso trabalho no Banco Central é antecipar e explicar [aos líderes políticos] quais consequências negativas serão geradas sobre a economia. A densidade e a durabilidade do impacto dependerão do escopo e dos produtos atingidos […]. [As tarifas de Trump] representam o começo da marcha em direção à independência da Europa. Não deveríamos focar exclusivamente no que acontece no outro lado da corda, e sim focar no poder que temos em casa. Isso se aplica a defesa, comércio e também às finanças”.
Christine Lagarde, presidente do BC europeu, em imagem de arquivo
Francois Lenoir/Reuters
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