Pelo menos 12 imóveis devem ser fiscalizados durante mobilização municipal nesta quinta-feira (28). Cidade contabiliza 84 mortes e 120,6 mil casos da doença neste ano. Em meio à pior epidemia de dengue da história, agentes da Prefeitura de Campinas (SP) realizaram, nesta quinta-feira (28), a entrada forçada em imóveis abandonados ou fechados onde há possíveis criadouros do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença.
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A ação de fiscalização mira pelo menos 12 imóveis em diversos bairros da cidade. Até o início da tarde desta quinta, oito casas haviam sido vistoriadas. A entrada nas residências foi autorizada pela Justiça e contou com ajuda de chaveiros.
Cerca de 100 focos de dengue foram localizados em somente um dos imóveis acessados na Vila Nogueira. À EPTV, afiliada da TV Globo, o proprietário da casa, Alberto Araújo, disse que o acúmulo de água é recente e que não foi avisado sobre a ação da prefeitura.
“Eu moro em Indaiatuba, minha mãe mora sozinha nessa casa, há um ano ela teve que sair porque ela sofreu violência de roubos, pequenos furtos. Sempre que ela ia entrar em casa sozinha, entravam esses meliantes que ficam na rua aqui. Depois que eu consegui tirar ela da casa, comecei a reformar a casa paulatinamente de acordo com a minha condição financeira. […] O criadouro foi coisa recente, mas entraram na casa, não me avisaram sobre a invasão da casa”, afirmou.
A Saúde, no entanto, informou que o proprietário foi notificado três vezes no endereço de correspondência dele sobre a eliminação dos criadouros. “O imóvel está claramente abandonado, com muito entulho, conforme as próprias imagens”, disse, em nota.
Segundo a prefeitura, 75% dos focos de dengue estão em imóveis, e os agentes são impedidos de entrar em metade das casas por recusa ou ausência do morador. Campinas contabiliza 84 mortes pela dengue neste ano, além de 120.622 casos confirmados.
Em ação contra a dengue, equipes da Prefeitura de Campinas (SP) entram em casas abandonadas com decisão judicial
Reprodução/EPTV
Peguei dengue, e agora?
O pico de transmissão da dengue em Campinas neste ano ocorreu no período entre 7 e 13 de abril. O município declarou fim do estado de emergência, mas permanece em epidemia.
A Secretaria de Saúde recomenda aos moradores que, caso apresentem febre, procurem centros de saúde “imediatamente para diagnóstico clínico” e não banalizem os sintomas ou façam automedicação.
Embora a dengue não tenha um medicamento específico, há uma série de medidas clínicas que podem evitar o agramento e óbito, se feitas a tempo. Por isso, é preciso ficar atento aos sinais de alarme. São eles:
dor abdominal;
muitos vômitos;
algum sinal de sangramento (gengiva, por exemplo);
menstruação em maior volume, no caso das mulheres;
e sensação de desmaio.
Como saber se você está com dengue e se é grave
Prevenção
🌡️ A dengue causa febre alta e repentina, dores no corpo, manchas vermelhas na pele, vômito e diarreia, resultando em desidratação.
🚨 Ao apresentar algum desses sintomas, o morador deve procurar uma das unidades de saúde da cidade para atendimento médico, segundo a Secretaria de Saúde.
Algumas medidas de prevenção são:
Utilize telas de proteção com buracos de, no máximo, 1,5 milímetros nas janelas de casa;
Deixe as portas e janelas fechadas, principalmente nos períodos do nascer e do pôr do sol;
Mantenha o terreno limpo e livre de materiais ou entulhos que possam ser criadouros;
Tampe os tonéis e caixas d’água;
Mantenha as calhas limpas;
Deixe garrafas sempre viradas com a boca para baixo;
Mantenha lixeiras bem tampadas;
Deixe ralos limpos e com aplicação de tela;
Limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia;
Limpe com escova ou bucha os potes de água para animais;
Limpe todos os acessórios de decoração que ficam fora de casa e evite o acúmulo de água em pneus e calhas;
Coloque repelentes elétricos próximos às janelas (o uso é contraindicado para pessoas alérgicas);
Velas ou difusores de essência de citronela também podem ser usados;
Evite produtos de higiene com perfume porque podem atrair insetos;
Retire água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa.
Larvas do mosquito do Aedes aegypti, transmissor da dengue
Carlos Bassan/Prefeitura de Campinas
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