
A primeira morte investigada ocorreu em setembro de 2022 e a última há um ano, no dia 9 de dezembro de 2023. Fotos das vítimas foram encontradas no computador de um policial militar investigado por simular confrontos. Gleison Manuel Eduardo, Royner Alexander Peres e Jonas Miqueias da Silva, assassinados em confrontos policiais
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As fotos de pelo menos cinco jovens assassinados por policiais militares em Roraima, encontradas no computador do soldado Lucas Alexandre Rufino Araruna, e a investigação policial permitiram montar uma cronologia dos assassinatos. O policial está preso desde abril deste ano por suspeita de simular confrontos policiais para matar pessoas no estado.
A investigação aponta que a primeira morte investigada ocorreu no dia 10 de setembro de 2022 e a última há um ano, no dia 9 de dezembro de 2023.
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As fotos foram citadas em um relatório da Delegacia Geral de Homicídios feito a partir da operação Janus. Elas estavam em pastas de um HD do notebook do PM e são de vítimas que faziam parte de facções criminosas e tinham envolvimento com crimes como tráfico de drogas e assassinatos, segundo as investigações. Das sete fotos encontradas, ao menos cinco ocorreram em supostos confrontos policias. Outras duas estão em investigação.
Os investigadores atuam para saber se há relações entre os assassinatos, se o soldado teve relação com elas, se há mais policiais militares envolvidos e se o contexto pode ser classificado como ação de milícia.
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Veja a cronologia das mortes, segundo as investigações:
▶️ 10 de setembro de 2022 – A primeira morte investigada foi de Alcimar Weslley Freitas. Ele era apontado como autor de um assalto cometido com Royner Alexander Peres. No relatório, a morte de Alcimar foi registra como “confronto policial”. A Polícia Civil investiga.
Isaac Leandro Verdadeiro foi encontrado morto no dia 13 de setembro de 2022.
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▶️ 13 de setembro de 2022 – Isaac Leandro Verdadeiro foi encontrado morto no dia 13 de setembro de 2022, três dias após o confronto que resultou na morte de Alcimar. No computador de Araruna, agentes da polícia encontraram uma captura de tela em que um rapaz lamentava a morte de Isaac e Alcimar.
Gleison Manuel Eduardo Clemente foi morto no dia 5 de novembro de 2022.
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▶️ 5 de novembro de 2022 – A terceira morte ocorreu 53 dias depois do assassinato de Isacc. A vítima foi Gleison Manuel Eduardo Clemente. O relatório cita uma morte por intervenção de agentes de segurança. Antes de morrer, Gleison, conforme a investigação da Delegacia Geral de Homicídios (DGH), atirou em um policial militar durante uma abordagem.
Royner Alexander Peres foi morto no dia 14 de maio de 2023.
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▶️ 14 de maio de 2023 – O quinto assassinato ocorreu no ano seguinte. Royner Alexander Peres foi morto em um confronto com a Polícia Militar cuja ação é investigada pela DGH. Ele era investigado por um roubo cometido com Alcimar Weslley e suspeito de crimes como tráfico e homicídio. No computador do PM Araruna, investigadores encontraram uma foto de Royner com Jonas Miqueias da Silva, que morreu um dia depois dele.
Jonas Miqueias da Silva foi morto no dia 15 de maio de 2023.
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▶️ 15 de maio de 2023 – Jonas Miqueias da Silva foi morto um dia depois de Royner. O relatório da Polícia Civil cita que na imagem dele havia um espiral verde e uma caveira, o que levanta a suspeita de que ele estaria “na mira para morrer” e também sobre a legitimidade do confronto policial que resultou na morte dele. Ele era investigado por assaltos e por integrar uma facção.
Ricardo Nunes Bragança foi morto no dia 4 de dezembro de 2023.
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▶️ 4 de dezembro de 2023 – Na data, Ricardo Nunes Bragança foi morto, também em confronto com a Polícia Militar. A ação é investigada pela Polícia Civil.
Hugo Giovanny Bentes foi morto no dia 9 de dezembro de 2023.
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▶️ 9 de dezembro de 2023 – A última morte investigada ocorreu há um ano. A vítima foi Hugo Giovanny Bentes, também assassinado em um suposto confronto com a PM. Meses antes, ela havia invadido a casa de um policial, mas chegou a ser contido à época, de acordo com a investigação.
O que diz a defesa do policial?
Procurado pela Rede Amazônica, o advogado Diego Rodrigues, que faz a defesa do policial Araruna, disse que as imagens mencionadas são de um grupo formado por policiais, onde os membros compartilham notícias relacionadas a casos de polícia, o que seria comum nesse contexto.
Também afirmou que não há qualquer mensagem ou evidência de que Araruna tenha escrito ou enviado as imagens em questão, ressaltando que se tratam de conteúdos compartilhados no grupo.
Lucas Alexandre Rufino Araruna.
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O que diz a Polícia Civil?
Todo o material encontrado no computador do PM foi descrito e analisado pelos investigadores da DGH. As evidências foram anexadas ao processo que tramita na 1ª Vara do Tribunal do Júri. A partir disso, a Civil continua com as investigações. A operação Janus ocorreu em duas fases.
O relatório destaca ainda que as fotos foram tiradas em abordagens antes dos suspeitos serem mortos. Além disso, trocas de mensagens entre policiais indicam relação entre alguns dos casos.
A DGH investiga ao menos 15 casos de confrontos com resultado morte por intervenção de agentes de segurança registrados em 2023. Os inquéritos analisam especificamente foram confrontos e quais se enquadram em um contexto de confronto forjado, com a intervenção policial quando, de fato, não aconteceu um confronto.
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