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Locais da metrópole e de Indaiatuba oferecem serviços de tratamento para quem se viciou em jogos eletrônicos, como o ‘Jogo do Tigrinho’. Cientista de dados afirma que é impossível obter vantagem na plataforma. Os jogos eletrônicos de apostas, especialmente o que é conhecido no Brasil como “Jogo do Tigrinho”, transformou a vida de muitas pessoas ao levar os consumidores ao vício e à perda de dinheiro. O aplicativo virou uma febre e está no centro de uma série de investigações que apuram suspeitas de golpes.
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O game é um caça-níquel para celulares e viralizou nas redes sociais, graças a influenciadores que promovem “táticas especiais” para vencer no jogo. A EPTV, afiliada da TV Globo, conversou com um especialista em ciência de dados para entender por que o jogo é “moldado” para você perder dinheiro e conheceu formas de tratamentos em cidades da região, como Campinas (SP) e Indaiatuba (SP).
🚨 Por que não dá para ganhar?
De acordo com Ricardo Perassolli, os jogos de azar, tanto os eletrônicos quanto os caça-níqueis de cassinos, são desenvolvidos com uma possibilidade impossível do apostador ganhar qualquer tipo de vantagem.
“Não tem nenhum tipo de cálculo, habilidade ou estratégia que vão aumentar a sua probabilidade de vencer. Esses jogos são programados para pagar um prêmio muito menor. A probabilidade do jogo é programada. Ela é matematicamente impossível fazer dinheiro se ficar jogando”, explicou.
Segundo o especialista, a única possibilidade de obter vantagem é jogar uma única vez e, se der sorte, retirar o dinheiro ganho e não voltar mais ao jogo. “Se ficar jogando várias vezes, vai perder tudo, não há outra hipóteses”, explicou.
Campinas e Indaiatuba oferecem tratamento para vício em jogos online
Reprodução/EPTV
🚨 Onde procurar ajuda?
Em Campinas, o Instituto Padre Haroldo, referência no tratamento de dependência química no Brasil, também atende pessoas com vício em jogos e percebeu um aumento da procura no último ano.
Parte das cidades da região de Campinas também oferece tratamento pelo Sistema Único de Saúde no Centro de Atenção Psicossocial (Caps). Em Indaiatuba, o psquiatra do Caps afirmou que o tratamento é multifatorial e conta com medicamentos e também apoio de terapia para que a pessoa decida não jogar mais.
“A medicação em alguns casos é importante porque tem medicações que diminuem a vontade de jogar. A gente avalia a pessoa como um todo. Se o paciente tiver ansiedade, a gente trata a ansiedade porque isso pode diminuir a vontade de jogar”, disse o médico psquiatra William Augusto Araújo.
🚨 Por que vicia?
Segundo o psquiatra, o mecanismo de vício em jogos online é o mesmo da dependência química. A substância, seja ela droga, álcool ou o game, atinge um lugar do cérebro responsável pela sensação de prazer, o que provoca mais vontade de fazer uso.
‘É uma doença’
A EPTV conversou com um homem de 53 anos que admitiu o vício em jogos de azar eletrônicos. Ele afirmou que chegou a perder R$ 350 mil e pedia empréstimos para que a família não rastreasse o dinheiro.
“Durante essa doença, eu posso classificar como doença mesmo, eu me sentia preso. Como numa prisão sem muros. Essa é a palavra. Porque você olha, você não vê horizontes, você… você não tem coragem de se expressar para as pessoas mais próximas. Você não tem, muitas vezes, ânimo de reagir porque, pra onde você olha, você vê que você tá cercado. Você está cercado por um inimigo invisível. A liberdade não existe. No jogo, não”, revelou.
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