Diabetes diagnosticada aos 7 anos causou problemas renais e cegueira que impactaram a vida do recém-formado. Rinaldo José dos Santos se forma em Serviço Social na Ufal
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A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) formou na última segunda-feira (26) um aluno do curso de Serviço Social que tem uma trajetória acadêmica emocionante de superação. Rinaldo José dos Santos é cego e teve que enfrentar muitos obstáculos até finalmente vestir a beca da colação de grau.
Todas as falas da mesa foram iniciadas com autodescrição, para que Rinaldo pudesse formar uma imagem da solenidade. Mas, segundo o recém-formado, essa inclusão nem sempre foi realidade durante a graduação.
“A Ufal ainda precisa avançar muito em acessibilidade. Não tinha material acadêmico adaptado para minha condição. Também era preciso fazer a oferta acadêmica de forma que minhas aulas fossem no térreo. Eu contei com muita ajuda dos técnicos, docentes e colegas estudantes para chegar até aqui”, destacou Rinaldo.
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Rinaldo tem uma vida marcada por limitações por causa da diabetes, diagnosticada aos sete anos de idade. A doença causou problemas renais que o obrigam a realizar diálise com frequência. Mas o que mais impactou a vida do recém-formado foi uma retinopatia, que o deixou praticamente cego aos 40 anos.
Rinaldo procurou se desenvolver e aprender a conviver da melhor forma possível com as deficiências que a doença lhe impôs. Assim, ele resolveu fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para cursar o ensino superior.
“Fiz minha inscrição para Serviço Social na Ufal e fiquei muito feliz quando fui aprovado”, conta ele.
Colação de grau foi marcada pela emoção de familiares e da comunidade acadêmica
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Já dentro da universidade, Rinaldo buscou indicar quais eram as adaptações necessárias para que os estudantes com deficiência possam ter mais condições de circular pelo campus e se sintam mais incluídos no ambiente universitário.
“Rinaldo se forma hoje, mas deixa sua contribuição para a instituição. Ele integrou o Fórum Permanente de Acompanhamento das demandas de Acessibilidade. No dia 11 de março do próximo ano, teremos uma audiência pública na Ufal, fruto deste trabalho”, informou Alexandre Lima, pró-reitor Estudantil.
O professor Aruã Nascimento acompanhou mais de perto a trajetória acadêmica de Rinaldo.
“Para mim foi um aprendizado. Decidi acompanhar Rinaldo seguindo o exemplo da minha mãe, que é pedagoga e especialista no acompanhamento de estudantes com deficiência. É emocionante vê-lo concluir a graduação. Nem todos conseguem. Tivemos a evasão de um estudante cego e sabemos que é preciso melhorar nosso acompanhamento para que ninguém desista”, ressaltou Aruã.
Rinaldo agradeceu à mãe, aos demais familiares e a todos os docentes e técnicos da universidade que contribuíram com os seus estudos.
“Tenho três filhos e foi justamente o que tem a saúde mais debilitada o único que conseguiu cursar e concluir o ensino superior”, disse Giselda Maria dos Santos, mãe de Rinaldo.
Rinaldo agradeceu à mãe, aos demais familiares e aos docentes e técnicos da Ufal
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