Claudinei Quaresemin era secretário de Parcerias e Investimentos e teria atuado para beneficiar a empresa em processos licitatórios, segundo decisão da Justiça Federal. Ex-secretário Parcerias e Investimentos do Tocantins, Claudinei Quaresemin
Tharson Lopes/Governo do Tocantins
O ex-secretário de Parcerias e Investimentos do Tocantins, Claudinei Aparecido Quaresemin, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça Federal por suposto envolvimento em uma organização criminosa suspeita de atuar em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.
📱 Participe do canal do g1 TO no WhatsApp e receba as notícias no celular.
A investigação que incluiu o nome do ex-secretário faz parte da “Operação Overclean”, deflagrada nesta terça-feira (10) e que faz parte de uma força-tarefa da Polícia Federal, Ministério Público Federal (MPF), Receita Federal e a Controladoria-Geral da União. Os mandados foram cumpridos contra empresários e gestores de órgãos públicos da Bahia, mas também contra pessoas de São Paulo, Goiás e do Tocantins.
Conforme decisão que determina a prisão de Quaresemin e mais 16 pessoas, o ex-secretário teria beneficiado uma das empresas investigadas em licitações para a Secretaria de Educação do Estado do Tocantins (Seduc) e Secretaria de Estado da Administração (Sefaz).
O g1 pediu um posicionamento ao Governo do Estado com relação ao pedido de prisão de Quaresemin e quanto aos contratos, e aguarda resposta. A reportagem também tenta localizar a defesa de Claudinei Quaresemin.
Com a Seduc, o contrato foi firmado em mais de R$ 13 milhões, mas com aditivos autorizados, o valor chegou a R$ 16.901.880,25. Também há outro contrato com a mesma empresa no valor de R$ 1.543.600,00 para serviços de sanitização na própria sede da SES. Na Sefaz, o contrato é de R$ 9.392.642,40.
Os investigadores citaram que entre os anos de 2021 e 2024, a empresa recebeu do Estado do Tocantins mais de R$ 59 milhões, sendo: R$ 13.568.759,18 em 2021; R$ 18.649.522,68 em 2022; R$ 18.100.385,03 em 2023; e R$ 8.945.565,09 em 2024.
Como troca por beneficiar a empresa, os investigadores apontam que pessoas físicas e jurídicas indicadas por Quaresemin receberam, em diversos depósitos, cerca de R$ R$805.400,00.
Outros dois nomes, que seriam servidores estaduais, teriam se beneficiado com o esquema e indicado nomes para receberem transferências do proprietário da empresa investigada também tiveram as prisões preventivas decretadas.
LEIA TAMBÉM:
PF prende 15 investigados por desvio milionário de recursos públicos na Bahia, em São Paulo e em Goiás
Saiba quem são os suspeitos de desvios milionários em contratos públicos na Bahia e outros estados
Câmara de Palmas aprova decreto contra devolução de R$ 16 milhões em recursos da educação
Prefeita anuncia resultado final do concurso da Educação e promete chamar cadastro reserva do Quadro Geral e da Saúde
O esquema
Conforme a decisão, os investigadores descobriram que havia uma organização criminosa que atuava para desviar recursos públicos provenientes de emendas parlamentares e convênios.
As investigações constataram a prática de superfaturamento em obras e desvios de recursos com o apoio de interlocutores que facilitavam a liberação de verbas destinadas a projetos previamente selecionados pela organização criminosa, a exemplo do que ocorreu no Tocantins, segundo apurado.
Conforme a investigação, eram usadas empresas de fachada controladas por “laranjas”, que movimentavam os recursos ilícitos e empresas com grande fluxo financeiro em espécie, para dissimular a origem dos valores desviados.
Na casa de um dos empresários presos na Bahia, a polícia conseguiu apreender dinheiro em espécie. Além das prisões, foi determinado o sequestro de bens dos investigados, incluindo o ex-secretário Quaresemin.
A decisão é do juiz federal Fábio Moreira Ramiro, da 2ª Vara Federal de Salvador (BA), que também determinou que os órgãos públicos que possuem contratos com as empresas investigadas suspendam os pagamentos.
Veja mais notícias da região no g1 Tocantins.