Ele estava preso em regime fechado desde outubro de 2023 por suspeita de estuprar a própria filha e mandar matar a mãe dela. Prisão domiciliar é de 60 dias. Ex-senador Telmário Mota
Caíque Rodrigues/g1 RR/Arquivo
O ex-senador Telmário Mota saiu da cadeia nessa quinta-feira (18) e deve cumprir prisão domiciliar por 60 dias com uso de tornozeleira eletrônica. Ele estava preso em regime fechado desde outubro de 2023 por suspeita de estuprar a própria filha e mandar matar a mãe dela.
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👉 A prisão domiciliar é relacionada ao processo em que ele foi condenado à pena de oito anos e dois meses por estuprar a própria filha. À época do crime, em 2022, a vítima tinha 17 anos. A mãe dela, Antônia Araújo, de 52 anos, foi assassinada em 2023, três dias antes de uma audiência sobre o caso.
A defesa do ex-senador alegou problemas de saúde física e mental para pedir a prisão domiciliar, o que foi acatado pela Justiça.
“Restou demonstrado que o paciente necessita de acompanhamento médico específico, o qual não vem sendo devidamente ofertado no sistema prisional, não sendo razoável que a autoridade coatora despreze a conclusão dos laudos médicos apresentados”, justificou o desembargador Ricardo Oliveira, da Vara de Execução Penal, que assina a decisão.
Entre os problemas de saúde listado pela defesa estão: doença cardíaca, gastrite, hipertensão, artrose e transtorno depressivo moderado. O advogado argumentou que não havia tratamento médico adequado na prisão. Em fevereiro deste ano, o Ministério Público fez uma perícia médica e no mês seguinte opinou pelo deferimento da prisão.
Com a decisão pela prisão domiciliar, Telmário só pode sair de casa para atendimento médico ou com autorização da Justiça. Após o período de 60 dias, o Juízo da Vara de Execução Penal deve reavaliar a concessão do benefício.
Investigações contra Telmário
Telmário Mota estava preso no Comando de Policiamento da Capital (CPC). O CPC é um quartel da Polícia Militar onde, geralmente, ficam presos que precisam e cela especial.
Suspeito de ser o mandante do assassinado de Antônia Araújo de Sousa, de 52 anos, mãe da filha do ex-senador, Telmário estava preso desde outubro de 2023 em Goiás e foi transferido para Roraima em dezembro do mesmo ano. Ele se diz inocente e a defesa classificou a prisão como “desproporcional”.
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Antônia foi assassinada com um tiro na cabeça no dia 29 de setembro de 2023, quando saía de casa para trabalhar, por volta das 6h30, no bairro Senador Hélio Campos, zona Oeste de Boa Vista, capital de Roraima.
A vítima era uma das principais testemunhas sobre as investigações que envolviam uma acusação de estupro contra o ex-senador, segundo a Justiça. A denúncia foi feita pela filha dele, em 2022. Ela foi assassinada três dias antes de uma audiência sobre o caso.
O ex-senador Telmário Mota tem 67 anos. Formado em economia e contabilidade, Mota começou a carreira política em 2007 na Câmara Municipal de Boa Vista. À época, ele assumiu uma vaga de vereador por ter ficado como primeiro suplente na eleição municipal de 2004.
Ele foi eleito ao Senado em 2014. Durante as eleições daquele ano, fez fortes críticas a Romero Jucá (MDB), quem dizia ser seu rival político. Já nas eleições de 2018, ele foi candidato ao governo de Roraima pelo PTB, mas não se elegeu. Durante a campanha, o então candidato se autopromovia como “doido” e pedia para que os eleitores o dessem uma chance por isso.
O político roraimense também é conhecido por se envolver em polêmicas, como: teoria falsa sobre planeta Nibiru, rinha de galo, realização de festas durante a pandemia da Covid-19 e outros casos.
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