Família de universitário morto em ação da PM pede justiça durante audiência em Manaus
Jucélio Paiva/Rede Amazônica
Familiares do universitário Marco Aurélio Winholt de Castro, morto aos 20 anos durante uma ação da Polícia Militar, em 2023, participaram de uma manifestação em frente ao Fórum de Justiça, em Manaus, para cobrar justiça pelo caso, nesta segunda-feira (28). Eles levaram cartazes e faixas com pedidos de responsabilização dos envolvidos.
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A primeira audiência de instrução do júri popular ocorreu quase dois anos após o ocorrido. Dois policiais militares, que à época estavam lotados na 15ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), são suspeitos de envolvimento nos disparos.
“O meu filho foi tirado de forma precoce, violenta, covarde, pelos agentes do Estado”, disse Aldenira Winholt, mãe do universitário. “Eles atiram primeiro, depois perguntam quem era. Meu filho era um jovem universitário, inteligentíssimo, que poderia contribuir muito com a sociedade”
Ela ainda criticou a conduta policial, que, segundo ela, afeta principalmente jovens pobres e periféricos. “O alvo deles são os jovens de periferia, negros e pobres. Apesar de tudo, meu filho não era negro, mas estava na periferia. Só por estar lá, ele não tinha o direito de viver?”, declarou em entrevista à Rede Amazônica.
O pai de Marco, Hugo Ferreira Castro, também falou sobre a perda do filho.
“Ele era trabalhador, estudante, estaria formado hoje. Uma ação arbitrária da polícia tirou a vida dele. Queremos justiça, que os policiais sejam julgados, condenados e expulsos da PM. A polícia não merece ter elementos como esses”, disse Hugo Ferreira.
Segundo a família, Marco Aurélio estava no local apenas para gravar um trabalho acadêmico, a pedido de um amigo.
Relembre o caso
Marco Aurélio Winholt Castro morreu ao ser baleado, em Manaus
Reprodução/Redes Sociais
Marco Aurélio foi morto no dia 6 de outubro de 2023, na comunidade Raio de Sol, no bairro Cidade Nova, Zona Norte de Manaus. Segundo a PM, a corporação teria ido ao local após denúncia de que homens armados estariam invadindo casas e ameaçando moradores. A polícia afirmou que os suspeitos fugiram com a chegada da viatura e, em seguida, encontraram Marco baleado. Ele foi levado ao Hospital João Lúcio, onde morreu.
Testemunhas, no entanto, disseram que os PMs efetuaram dois disparos logo ao chegar à comunidade, sendo um deles o tiro que atingiu as costas do universitário. Um laudo pericial confirmou que o disparo que matou Marco partiu da arma de um dos policiais.
Marco cursava o quinto período de Relações Públicas na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e era dono de uma loja virtual de óculos.
Família de universitário morto em ação da PM pede justiça durante audiência em Manaus
Jucélio Paiva/Rede Amazônica
Universitário morre após ser baleado durante ação da PM em Manaus