Com o tema “Boi do povo, boi do povão”, boi vermelho aposta na identificação para conquistar o 33º título na arena do Bumbódromo. Garantido revela projeto de arena e aposta na identificação identitária para 58º Festival de Parintins.
Matheus Castro/Rede Amazônica
Somos os povos da floresta, Terra Brasileira e Boi do Brasil. Esses são os subtemas que serão abordados pelo boi-bumbá Garantido nas três noites do 58º Festival Folclórico de Parintins, que acontece neste fim de semana, no interior do Amazonas. A apresentação oficial do projeto de arena ocorreu na noite desta quinta-feira (26).
Neste ano, o Garantido leva à arena o tema “Boi do povo, boi do povão” e promete uma apresentação grandiosa para enfrentar seu tradicional rival, o Caprichoso, boi azul e branco, nos dias 27, 28 e 29 de junho. O duelo acontece em Parintins, cidade localizada no Rio Amazonas, na divisa entre os estados do Amazonas e Pará.
A apresentação do projeto contou com a presença do presidente Fred Góes e dos itens oficiais do boi: o apresentador Israel Paulaim, o amo do boi JP Oliveira, o pajé Adriano Paketá, a sinhazinha da fazenda Valentina Coimbra, a cunhã-poranga Isabelle Nogueira, a porta-estandarte Jeve Mendonça e a rainha do folclore Lívia Cristina.
Durante o encontro, Fred Góes falou sobre a preparação do bumbá para o festival e destacou a escolha do tema que o boi vai apresentar no espetáculo encarnado:
“Quando escolhemos esse tema até mesmo alguns companheiros do nosso próprio boi, alem do contrário, não entenderam. Mas o Garantido é boi que nasce no terreiro pelas mãos do pescador Lindolfo Monteverde. Ele nasceu no meio do povo e para o povo. Então o nosso tema quer identificar esse povo que o nosso boi que representa”, declarou.
1ª noite
“Povo e Povão” é uma celebração da diversidade étnica e cultural da Amazônia, refletida na arte popular do Boi-Bumbá Garantido. Com raízes na criação de Lindolfo Monteverde, pescador negro e poeta popular, o Garantido representa a força do povo da floresta — comunidades, aldeias e quilombos — em uma expressão coletiva de resistência, inclusão e identidade amazônica.
2ª noite
O Boi-Bumbá Garantido nasceu do mestre afro-indígena Lindolfo Monteverde e simboliza a identidade do povo da Baixa de Xanda e São José, marcada pela resistência de negros e indígenas. É o boi do povão, ligado à fé popular e à cultura de trabalhadores simples como pescadores e rezadeiras. Ser perreché é transformar preconceito em orgulho e manter viva a luta social. Por sua origem popular e trajetória de resistência, o Garantido é patrimônio do povo e do Brasil.
3ª noite
Para Mestre Lindolfo Monteverde, “o boi é brinquedo, mas não é brincadeira”. Presente em todo o Brasil, o Boi é uma expressão cultural poderosa que une arte, devoção e luta social. A história de Catirina revela sua força transgressora, desafiando desigualdades com música, dança e fantasia. O Boi é folguedo popular, mas também símbolo de resistência, emoção e fé do povo brasileiro.
Israel Paulaim fala da expectativa para a conquista do 33º título
O apresentador do boi encarnado, Israel Paulaim, disse que o bumbá vai apresentar um novo formato de espetáculo ao longo das três noites de festival, o que deve consagrar a Baixa do São José pela 33ª vez.
“Estamos vivendo o melhor momento espiritual, físico, psicológico de todos os festivais que nós já vivemos. Queremos agradecer o empenho dos artistas, de todos que fizeram esse trabalho, que foi pensado durante mais de dez meses de construção. Esse boi que vai entrar na arena para fazer uma revolução. Vai ser virada uma página de todos os festivais que já passaram e o Garantido, mais uma vez, vai ser pioneiro na formatação de apresentação do espetáculo que começa amanhã”.