O conflito entre Israel e Irã ganhou um novo e alarmante capítulo nesta quinta-feira (19), quando um míssil iraniano atingiu diretamente o Hospital Soroka, localizado em Beersheba, no sul de Israel. O ataque, considerado um dos mais graves desde o início da nova escalada militar entre os dois países, deixou pelo menos 40 pessoas feridas — duas delas em estado grave — de acordo com os serviços de emergência israelenses.
A ofensiva iraniana foi interpretada como uma clara provocação ao governo israelense e à comunidade internacional, uma vez que o hospital atingido é uma das principais unidades médicas do país e símbolo de atendimento emergencial no sul de Israel. O bombardeio ocorre em meio a uma sucessão de ataques que já dura sete dias consecutivos, com mísseis sendo disparados por ambos os lados, em um confronto que tem como pano de fundo a crescente tensão em torno do programa nuclear iraniano.
Netanyahu promete retaliação severa
Em resposta ao ataque, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, usou as redes sociais para condenar o bombardeio e prometeu represálias contundentes. “Os tiranos terroristas do Irã lançaram mísseis contra o Hospital Soroka, em Beersheba, e contra civis no centro do país. Cobraremos o preço total dos tiranos de Teerã”, escreveu em uma publicação no X (antigo Twitter).
A fala de Netanyahu reflete a crescente pressão interna sobre o governo israelense para agir com firmeza diante da intensificação dos ataques iranianos, que agora atingem diretamente civis e instituições médicas. O premiê classificou os autores do ataque como “tiranos terroristas”, reforçando a retórica de guerra que vem pautando as declarações do governo israelense nos últimos dias.
Israel bombardeia novamente Teerã e pede evacuação de cidades iranianas
Poucas horas antes do ataque ao hospital, as Forças de Defesa de Israel (FDI) já haviam iniciado uma nova onda de bombardeios contra a capital do Irã, Teerã, e outras regiões estratégicas do país. Os ataques começaram por volta das 22h07 (horário de Brasília) e seguiram o mesmo padrão das últimas noites, com alvos militares e nucleares sendo visados.
Veículos de imprensa como a rede Al Jazeera, do Catar, e a iraniana Press TV confirmaram explosões em Teerã e na cidade de Karaj. A ofensiva israelense mira especificamente instalações militares e locais ligados ao programa nuclear iraniano. Próximo à cidade de Arak, por exemplo, está localizado um dos mais importantes reatores nucleares de água pesada do Irã.
O porta-voz do Exército israelense para a imprensa árabe, Avichay Adraee, chegou a publicar uma mensagem no X pedindo que moradores de Arak e Khandab — cidades situadas a cerca de 300 quilômetros de Teerã — deixassem a região imediatamente. “Cidadãos, para sua segurança, pedimos que abandonem as áreas designadas nas cidades de Arak e Khandab”, alertou.
Irã promete novos ataques e cita “portões do inferno”
Na madrugada de quarta-feira (18), o Irã já havia realizado sua 12ª onda de ataques contra Israel. De acordo com a agência estatal iraniana Irna, foram usados mísseis balísticos de longo alcance e armamentos sofisticados como o Sejjil, que possui dois estágios de disparo. Os alvos, segundo Teerã, incluíam bases do Mossad (agência de inteligência israelense), da Aman (inteligência militar) e centros de comando de caças das Forças Armadas de Israel.
Em um comunicado com tom ameaçador, o regime iraniano afirmou que os bombardeios continuarão e declarou que “os portões do inferno se abriram” sobre Israel. A declaração veio acompanhada de mensagens que diziam que os israelenses não verão a luz do sol e viverão “uma morte lenta” em abrigos subterrâneos.
Apesar da retórica agressiva, o Exército de Israel afirmou que a maioria dos ataques foi interceptada e que os cidadãos podem deixar os abrigos após os alertas de sirenes, mediante autorização das autoridades.
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