Ele foi acusado de homicídio culposo na direção de veículo automotor, mas juiz entendeu que não houve provas suficientes para que ele fosse considerado culpado. Ao g1, defesa do motorista disse que “a justiça foi feita”. Ônibus da dupla sertaneja Conrado e Aleksandro tombou na rodovia Regis Bittencourt, na altura de Miracatu (SP)
Reprodução/Redes Sociais
O motorista Valdoir Euripedes da Silva foi absolvido em um processo por homicídio culposo na direção de veículo automotor por estar dirigindo o ônibus da dupla Conrado em Aleksandro durante um acidente que matou seis pessoas em maio de 2022, incluindo o sertanejo Aleksandro.
A decisão foi publicada no último sábado (17) pelo juiz Luiz Gustavo Rosá do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), da comarca de Miracatu. Ele entendeu que não houve provas suficientes para que Valdoir fosse considerado culpado.
✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp
✅ Siga o canal do g1 PR no Telegram
Na época, o veículo tombou em uma rodovia em Miracatu, no Vale do Ribeira, depois que um dos pneus do ônibus estourou após ele passar por um buraco na rodovia. A dupla havia saído de um show em Tijucas do Sul, na região metropolitana de Curitiba, no Paraná, e seguiria até São Pedro, no interior de São Paulo, onde a dupla faria o próximo show.
Valdoir, que é morador de Ibiporã, no norte do Paraná, foi denunciado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) no dia 1º de junho de 2023. A denúncia considerou que o motorista teve alguns comportamentos impudentes, como:
Não prezar para que as vítimas utilizassem cintos de segurança;
Trafegar em velocidade superior à via e à recomendada como segura pelo fabricante dos pneumáticos;
Não parar o veículo para avaliar danos estruturais, após passar por um grande buraco na pista;
Estar em excesso de velocidade no momento da explosão do pneu dianteiro esquerdo, o que impossibilitou a tomada de controle do veículo.
Durante o processo, foram colhidos depoimentos de Valdoir, além de outros integrantes da equipe que estavam no ônibus no momento do acidente, dos peritos, policiais rodoviários federais, além de outras testemunhas.
O laudo pericial do veículo também foi concluído e atestou que o ônibus foi acometido pela explosão do pneu dianteiro esquerdo e, como consequência, ele perdeu o controle para à esquerda.
Além disso, o documento atesta que não foram encontrados o danos no pneu produzidos por alta velocidade, e que a explosão foi causada por um impacto.
Com base nas provas e nos depoimentos colhidos, o juiz avaliou que os elementos não comprovam a existência de homicídios culposos na direção de veículo automotor.
“É preciso que as provas carreadas aos autos demonstrem, de forma inequívoca, que o crime existiu e que o acusado foi o seu autor, de maneira que seja possível lhe imputar a prática do delito. Não é, porém, o caso. as provas produzidas nos autos não são suficientes para comprovar, além de qualquer dúvida razoável, que as mortes no acidente de trânsito decorreram diretamente de conduta imprudente”, considerou o juiz.
Em nota ao g1, o advogado de defesa de Valdoir, Marco Antonio Domingues Valares, disse que a sensação é de alívio e que a “justiça foi feita”.
“Esta defesa convencida da plena inocência do motorista, não mediu esforços para comprovar por meio de provas técnicas existentes nos autos, como, por exemplo, os laudos periciais do Instituto de Criminalística do estado de São Paulo, que concluíram que a perda da governabilidade do veículo foi causada pelo estouro do pneu dianteiro esquerdo, pelo impacto em buraco e/ou anteparo existente na via e não por excesso de velocidade”, manifestou o advogado.
LEIA TAMBÉM:
VÍDEO: Funcionário que jogou caminhonete em carro evitou sequestro do filho do dono da empresa em que trabalha
Bloqueio irregular: Oito pessoas são condenadas por bloquear rodovia em manifestação contra vitória de Lula em 2022
Curitiba: Casal é preso por desviar mais de R$ 2 milhões repassados pelo SUS à prefeitura
Das seis vítimas, quatro eram paranaenses
Da esquerda para direita: Aleksandro, Roger, Alan e Gabriel
Divulgação
Quatro moradores do Paraná que integravam a equipe da dupla sertaneja Conrado e Aleksandro, estão entre os seis mortos da tragédia.
Aleksandro, cantor principal da dupla, também morreu. Ele tinha 34 anos e morava em Londrina, no norte do estado. O artista era natural do Mato Grosso do Sul.
As outras quatro vítimas do Paraná, além de Aleksandro, são:
Marzio Allan Anibal, 42 anos (músico) – Ibiporã
O músico foi enterrado na segunda-feira, no Cemitério Municipal de Ibiporã, no norte do Paraná.
Allan Anibal
Divulgação
Roger Aleixo Calcagnoto, 38 anos (músico) – Londrina
O corpo do músico foi enterrado, no domingo (8), no Cemitério Padre Anchieta, em Londrina.
Roger Aleixo
Divulgação
Gabriel Fakuda, 19 anos (técnico de luz) – São Sebastião da Amoreira
O técnico foi sepultado em São Sebastião da Amoreira, no norte do Paraná.
Gabriel Fukuda
Divulgação
Giovani Gabriel Lopes dos Santos, 23 anos (roadie/técnico) – Londrina
O técnico foi velado no mesmo ginásio que Aleksandro e enterrado, na segunda-feira, em Londrina.
Giovani Gabriel Lopes
Divulgação
Wisley Aliston Roberto Novais, de 26 anos, que também está entre as vítimas, era natural de Sandovalina, São Paulo. Ele era músico e foi enterrado na cidade.
O acidente
O acidente aconteceu no dia 7 de maio de 2022, por volta das 10h30, no km 402,2 da pista, no sentido São Paulo (SP). Na época, 19 pessoas estavam listadas entre os passageiros.
Segundo o empresário da dupla, José Carlos Cassucce, o veículo saiu de Tijucas do Sul (PR), onde a dupla fez um show na sexta-feira (6), e seguia com destino para São Pedro (SP), onde havia um show agendado no sábado (7).
Acidente de ônibus da dupla Conrado e Aleksandro deixou seis mortos
Reprodução
VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná
Veja mais notícias em g1 Paraná.
