Incêndio aconteceu no sábado (21) e deixou oito mortos em Praia Grande. Piloto do balão afirmou que chamas ocorreram a partir do maçarico, e que o extintor não funcionou. Investigação sobre queda de balão
O maçarico e o extintor de incêndio do balão que pegou fogo no ar, caiu e matou oito pessoas em Praia Grande (SC), no último sábado (21), passarão por perícia. Os equipamentos foram localizados após uma varredura da Polícia Civil que tenta descobrir qual foi a origem do fogo e o que aconteceu nos quatro minutos entre a decolagem e a queda.
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Em depoimento, o piloto do balão, um dos 13 sobreviventes do acidente, disse que as chamas começaram pelo maçarico e que o extintor de incêndio não funcionou. Outros sobreviventes também relataram a mesma situação.
O que são os equipamentos e a importância:
Maçarico: é um equipamento que provoca uma chama e no balonismo é usado para queimar o gás e inflar o balão, permitindo que ele suba. O tamanho e modelo variam conforme o uso. Segundo o piloto, o maçarico que incendiou estava no piso do cesto e não era usado no momento em que o fogo começou.
Extintor de incêndio: é usado para conter fogo causado por diversas causas e tem especificações de aplicação e uso. Relato do piloto e passageiros alegam que o equipamento não funcionou ao ser acionado.
Reconstituição com base no relato do piloto
Na quinta-feira (26), a polícia fez uma espécie de reconstituição da queda, ouvindo novamente o piloto, e refazendo alguns passos do que aconteceu. No total, os 13 sobreviventes e outras sete pessoas envolvidas no caso foram ouvidas pelos policiais.
O maçarico localizado pelos policiais serve para ligar novamente as chamas do balão caso elas apaguem. Conforme o delegado Rafael Chiara, responsável pelo inquérito, essa era a última peça que faltava compor o cenário da queda.
Além do equipamento, os policiais devem analisar ainda imagens do acidente e os destroços do balão para finalizar o laudo do acidente.
“As testemunhas e sobreviventes foram ouvidos, inclusive o proprietário da empresa fabricante do balão, que nos auxiliou bastante no entendimento técnico. Já foram ouvidas mais de 20 pessoas”, disse Chiara.
Queda de balão em Praia Grande (SC)
Redes Sociais/Reprodução
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Em nota, a Sobrevoar, empresa responsável pela operação do balão, disse que suspendeu as atividades e o piloto tentou salvar todos a bordo.
“Gostaríamos também de esclarecer que trabalhamos com seriedade e cumprimos todas as normas estabelecidas pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), destacando que não tínhamos registros de acidentes anteriores. Infelizmente, mesmo com todas as precauções necessárias e com o esforço de nosso piloto, cujo mesmo possui amplo experiência e adotou todos os procedimentos indicados, tentando salvar todos os que estavam a bordo do balão, sofremos com a dor causada por essa tragédia”.
O que aconteceu
Com base nos depoimentos iniciais de seis sobreviventes colhidos horas após o acidente, entre eles, o piloto do balão, o acidente, a Polícia Civil divulgou o seguinte:
O balão subiu por volta das 7h com 21 pessoas a bordo e, logo no início do passeio, começou a pegar fogo;
O extintor que estava dentro do cesto do balão não funcionou;
O balão começou a descer e, quando estava perto do solo, os sobreviventes pularam, entre eles estava o piloto;
Mais leve, a estrutura voltou a subir. Quatro das vítimas pularam de uma altura de cerca de 45 metros e morreram;
As chamas aumentaram e o cesto, com outras quatro vítimas, despencou. Elas morreram carbonizadas;
Os bombeiros enviaram o primeiro relatório sobre a queda às 8h18.
Ministério Público de SC
O Ministério Público de Santa Catarina pediu que a empresa responsável pelo balão de ar quente aponte as circunstâncias do acidente em até 10 dias, a contar de segunda-feira (23).
A regulamentação para os voos de balões ganhou atenção após a tragédia em Praia Grande. Atualmente, o balonismo turístico no Brasil não conta com regulamentação técnica específica.
As regras em vigor se referem ao balonismo desportivo, sob responsabilidade da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Ou seja, não há regras definidas para voos de balão transportando pessoas mediante cobrança de passagens.
O que disseram os sobreviventes e testemunhas:
‘Lama amorteceu a nossa queda’, diz catarinense
‘Tivemos sorte’, diz um dos homens que caiu do balão
Sobrevivente correu em direção à igreja: ‘Se ajoelhou e rezava’
Quem são as vítimas
Da esquerda para a direita: Leane Elizabeth Herrmann, Leise Herrmann Parizotto, Leandro Luzzi, Fabio Luiz Izycki, Juliane Jacinta Sawicki, Everaldo da Rocha, Janaina Moreira Soares da Rocha e Andrei Gabriel de Melo
Reprodução
Leandro Luzzi, de 33 anos
Leane Elizabeth Herrmann, de 70 anos
Leise Herrmann Parizotto, de 37 anos
Janaina Moreira Soares da Rocha, 46 anos
Everaldo da Rocha, de 53 anos
Fabio Luiz Izycki, de 42 anos
Juliane Jacinta Sawicki, de 36 anos
Andrei Gabriel de Melo, de 34 anos
Como era o balão
O balão tinha capacidade para carregar até 27 pessoas ou 2.870 quilos.
Raio-X do balão que pegou fogo com 21 pessoas em Praia Grande (SC)
g1
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