Caso ocorreu nesta segunda-feira (9), no terreno onde as duas famílias moram, no bairro Olga Veroni em Limeira. Mulher é presa por crime de racismo contra menina de 6 anos em Limeira
Os pais que denunciaram que sua filha de 6 anos foi chamada de “macaca” pela vizinha, na noite desta segunda-feira (9), em Limeira (SP), contam que a suspeita, que mora no mesmo terreno que a família, não interagia com eles e não permitia que o filho brincasse com a vítima.
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Maria de Lourdes Vanderlei, que diz que sua filha foi ofendida, conta que apesar de nunca ter se desentendido com a suspeita, a relação entre elas era distante, sem interação por parte da vizinha.
“Minha filha queria brincar com o filho dela, ela não falava comigo e eu não sabia que era por isso, por ela ter preconceito. Eu falava bom dia e ela não respondia e eu não sabia que era por esse motivo”, explica.
‘Por que não posso brincar com o filho dela?’
Para a mãe, a dor de ver a filha passar por essa situação é como se as ofensas fossem diretamente a ela. Maria conta que a criança tem perguntado aos pais sobre o motivo de não poder brincar com o filho da vizinha e de ter sido chamada daquela forma.
“Eu sinto a dor, né, porque é minha filha, eu sinto pra mim essas coisas. Minha filha ficou perguntando: ‘por que, mãe, eu não posso brincar com o filho dela?’ . E ela falou: ‘você não vai brincar com essa macaca mais’. Eu falei: ‘chama a polícia agora’ . Por que minha filha vai crescer com isso? Porque ela fica perguntando porque chamaram ela assim”.
O pai da vítima, Evandro Aparecido Nascimento, diz que também já foi vítima de discriminação e que vai lutar pelos direitos da filha.
“Não pode acontecer esse tipo de coisa né, preconceito. Esse racismo eu venho passando já há muito tempo, então vou dar procedimento em diante, e vou com todo direito pra cima. Coisa horrível passar a situação.”
Garota é vítima de ofensa racista em Limeira
Reprodução/ EPTV
Presa por injúria racial
O caso ocorreu no terreno dividido pelas duas famílias no bairro Olga Veroni. Todos moram no mesmo local há três meses.
Segundo a Polícia Militar (PM), os agentes foram acionados, a princípio, para atender uma ocorrência de desentendimento.
No local, o pai da criança informou aos policiais que houve uma discussão entre ele, sua esposa e a suspeita, que é vizinha da família, após ela praticar a ofensa racista.
Todos os envolvidos foram encaminhados ao Plantão Policial de Limeira, onde uma testemunha foi acionada para prestar depoimento.
A testemunha não possui relação com nenhuma das partes e estava passando em frente ao local quando os desentendimentos ocorreram. Ele confirmou a versão da família da vítima à polícia.
O caso foi registrado como injúria racial e a mulher permanece.
O que diz a suspeita
A suspeita disse aos policias que o casal teria iniciado a discussão e que teria sido chamada de “prostituta”.
Ela disse, também, que teria pedido que seu filho saísse de perto da filha do casal e fosse para casa, por causa da discussão. Segundo ela, essa teria sido a atitude que levou os vizinhos a chamarem a polícia por racismo.
A suspeita permanece presa, sob custódia, e está aguardando audiência. Ela não contratou um advogado e será atendida pela Defensoria Pública.
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