SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A maioria da população de São Paulo afirma que Tarcísio de Freitas (Republicanos) deveria concorrer à reeleição no ano que vem em vez de renunciar ao cargo e tentar a Presidência, aponta nova pesquisa Datafolha.
Para 58% dos entrevistados, ele deveria disputar um segundo mandato no Governo de São Paulo. Já 30% afirmam que ele deveria ser candidato a presidente da República, e 12% não souberam responder. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
O levantamento ouviu 1.500 eleitores com mais de 16 anos, de 81 cidades paulistas, de 1 a 3 de abril.
Pela legislação eleitoral, Tarcísio tem até abril do ano que vem para tomar uma decisão. Publicamente, ele nega haver planos para o Palácio do Planalto em 2026 e afirma que seu candidato ao posto é Jair Bolsonaro (PL), seu padrinho político.
O ex-presidente, contudo, está inelegível até 2030 por decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
O tribunal considerou que ele cometeu abuso de poder em reunião com diplomatas estrangeiros na qual divulgou afirmações falsas sobre as urnas e nas comemorações do bicentenário da Independência. Bolsonaro é ainda réu no STF (Supremo Tribunal Federal) sob acusação de liderar uma trama golpista de 2022 e pode ser condenado a mais de 40 anos de prisão.
Aliados de Tarcísio afirmam que, reservadamente, o governador já admitiu a possibilidade de entrar na disputa se tiver o apoio do ex-presidente.
A preferência do eleitor de São Paulo pela candidatura à reeleição vale tanto para os diferentes espectros ideológicos, de acordo com a pesquisa.
Entre os que se declaram bolsonaristas, 61% dizem que Tarcísio deveria tentar disputar novamente o governo, e 32%, que deveria tentar a Presidência. Entre petistas, os índices são de 58% e 28%, respectivamente. Nos dois segmentos, a margem de erro da pesquisa é de cinco pontos.
O Datafolha também perguntou qual candidato a governador Tarcísio deveria apoiar caso não tente a reeleição.
Em empate técnico, lideram o influenciador Pablo Marçal (PRTB), com 23%, e o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), com 22%.
Ambos estiveram em lados opostos na última eleição municipal. Tarcísio apoiou a campanha vencedora de Nunes e fez críticas a Marçal ao longo da disputa.
Para 10% dos entrevistados, Tarcísio deveria apoiar seu secretário de Governo, Gilberto Kassab (PSD), ex-ministro dos governos Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB) e ex-prefeito da capital.
Parte da base bolsonarista tem ressalvas ao nome de Kassab, cujo partido também faz parte do governo Lula (PT).
Outros 7% dos entrevistados afirmam que Tarcísio deveria apoiar Rodrigo Manga (Republicanos), o “prefeito tiktoker” de Sorocaba, a 101 km da capital, correligionário do governador e alvo de operação da Polícia Federal nesta quinta-feira (10).
Já 6% apontam que o apoio deveria ir para o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL), e 3%, para o presidente da Alesp (Assembleia Legislativa), André do Prado (PL).