Colaborador frequente de Woody Allen era vencedor de um Oscar e escreveu musicais para a Broadway. Marshall Brickman
Mary Altaffer/AP
O roteirista e cineasta Marshall Brickman, colaborador frequente de Woody Allen, morreu na sexta-feira (29) aos 85 anos. Sua morte foi confirmada pela filha, Sophie, ao New York Times.
Ao lado de Allen, Brickman venceu um Oscar de melhor roteiro original por “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa” (1977). Além dele, os dois coescreveram “O Dorminhoco” (1993), “Manhattan” (1979) e “Um Misterioso Assassinato em Manhattan” (1993).
“Se o filme vale alguma coisa, é ao mostrar uma imagem muito específica de como era estar vivo em Nova York naquela época, naquele estrato socioeconômico específico”, disse o roteirista à “Vanity Fair” em 2017.
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Diane Keaton e Woody Allen em ‘Noivo neurótico, noiva nervosa’
Divulgação
Brickman nasceu no Rio de Janeiro e era filho dos socialistas judeus Abram (que fugiu da Polônia durante a Segunda Guerra Mundial) e Pauline (Wolin) Brickman, que era de Nova York. Mais tarde, eles se mudaram para o Brooklyn, onde Brickman cresceu.
Ele e Allen se conheceram no início dos anos 1960, quando Brickman foi contratado para escrever piadas para o diretor. Na época, ele tocava banjo para o grupo folk Tarriers. Em uma das muitas reviravoltas da carreira de Brickman, foi um álbum que ele e seu colega de quarto da faculdade Eric Weissberg gravaram que mais tarde fez parte da trilha sonora de “Amargo Pesadelo”, de 1972, incluindo “Dueling Banjos”.
Brickman escreveu e dirigiu o filme de 1980 “Simon”, estrelado por Alan Arkin como um professor de psicologia que sofre lavagem cerebral para acreditar que é do espaço sideral. Ele também dirigiu “O Amor Tem Seu Preço”, de 1983, com Alec Guinness como o fantasma de Sigmund Freud, e “Jogos Fatais”, de 1986, sobre um estudante do ensino médio que constrói uma arma nuclear para um projeto escolar.
Com Rick Elice escrevendo a música, Brickman também escreveu o musical da Broadway “Jersey Boys”, sobre o grupo de rock The Four Seasons. A peça ficou na Broadway por 12 anos, começando em 2005. Brickman e Elice também escreveram “A Família Addams”, musical de 2010.