Famoso por obras como “Urubu Rei” e “Os morcegos estão comendo os mamãos maduros”, autor era amigo de Jorge Amado, Torquato Neto e Waly Salomão. Gramiro de Matos morreu neste sábado (7), aos 80 anos
Arquivo Pessoal
O poeta baiano Ramiro Silva Matos Neto, mais conhecido como Gramiro de Matos, morreu neste sábado (7), aos 80 anos. A informação foi divulgada pela assessoria do autor.
Famoso por obras como “Urubu Rei” e “Os morcegos estão comendo os mamãos maduros”, Gramiro era amigo de outros grandes artistas, como Jorge Amado, Torquato Neto e Waly Salomão.
O velório do poeta será realizado no domingo (8), no Cemitério Bosque da Paz, localizado no bairro de Nova Brasília, em Salvador. A cerimônia está marcada para as 7h, seguida do sepultamento às 10h.
Nascido em 22 de março de 1944, Ramiro foi uma figura emblemática da poesia experimental brasileira, um dos maiores expoentes da contracultura nacional. Seu nome artístico, Gramiro de Matos, foi escolhido em homenagem ao poeta barroco Gregório de Matos, refletindo sua conexão com as raízes culturais baianas. Amigo íntimo de Jorge Amado, que o imortalizou em suas obras, Gramiro pertence a uma geração que transformou a poesia brasileira, ao lado de nomes como Torquato Neto e Waly Salomão.
Sua produção literária inclui as icônicas obras “Urubu-Rei” (1972) e “Os morcegos estão comendo os mamões maduros” (1973), reconhecidas por sua irreverência e profundidade.
Durante a década de 1980, Ramiro expandiu seus horizontes na Europa e na África, investigando a influência da literatura brasileira nas literaturas de língua portuguesa de países africanos independentes. Este trabalho resultou na publicação de sua tese “Influências da literatura brasileira nas literaturas africanas de língua portuguesa” (1996).
Após anos de dedicação à literatura e às artes, Gramiro surpreendeu novamente em 2016 ao publicar o romance-experimental “A conspiração dos búzios”, um manuscrito visionário escrito em 1976.
Paralelamente à sua trajetória literária, Gramiro era apaixonado pela numismática, estudando moedas e compartilhando suas descobertas por meio de artigos que exploravam a história e a cultura desses objetos únicos.
Deixa dois filhos, João Paulo Matos e Ramiro Maximino Matos, e um legado inigualável de coragem, criatividade e inovação artística.
Que sua memória inspire futuras gerações e que sua poesia continue a ecoar no coração de todos que buscam o poder transformador da arte.
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