Após a prisão, a mulher confirmou que esteve presente no dia em que as irmãs foram raptadas pela facção e levadas para um cativeiro junto com a filha de uma delas, uma menina de 4 anos, mas que não presenciou os assassinatos. Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) em Teresina
Lucas Marreiros/g1
Uma mulher foi presa por suspeita de envolvimento na morte de duas irmãs na região da Santa Marida da Codipi na zona norte de Teresina após a abordagem feita pela Força Estadual Integrada de Segurança Pública do Piauí (FEISP/PI) na tarde desta quinta-feira (12). O nome dela não foi divulgado.
De acordo com o delegado da Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Jorge Terceiro, a mulher estava sendo investigada e a Justiça já havia determinado a prisão dela pela suspeita de participação no assassinato das irmãs.
Após a prisão, a mulher confirmou que esteve presente no dia em que as irmãs foram raptadas pela facção e levadas para um cativeiro junto com a filha de uma delas, uma menina de 4 anos, mas que não presenciou os assassinatos. A menina foi deixada em uma UBS e relatou ter visto a mãe sendo agredida, tendo o cabelo raspado e sendo baleada.
“Durante o interrogatório que foi gravado, ela confirmou que esteve presente quando as moças estavam sob uma espécie de cativeiro lá na região. […] Ela disse que não acompanhou até o final para onde levaram elas e a execução final das moças. Mas tudo está sendo avaliado pela nossa equipe”, contou o delegado.
Ela contou que as duas jovens estavam sendo “interrogadas” por membros da facção criminosa, que perguntavam sobre o envolvimento delas com pessoas de uma facção rival. A duas teriam sido assassinadas porque mantinham relacionamentos com membros dessa facção.
Durante o depoimento, a mulher declinou os nomes de pessoas envolvidas no crime, de pessoas que já eram investigadas e outras não. “Esperamos nos próximos dias chegar à conclusão do procedimento, inclusive com a prisão dos demais suspeitos da prática do crime”, concluiu o delegado Jorge Terceiro.
Identidades confirmadas
IML confirma que corpos achados em cova rasa eram de irmãs desaparecidas
Os corpos encontrados no sábado (16) em uma cova rasa na região da Santa Maria da Codipi, Zona Norte de Teresina, são das duas irmãs que estavam desaparecidas desde a última quarta-feira (13), confirmou a perícia do Instituto de Medicina Legal (IML).
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Ao g1, o diretor do IML, o médico legista Antônio Nunes, afirmou que elas foram identificadas pelas impressões digitais. A perícia já foi concluída, mas a causa da morte só será divulgada quando o laudo pericial for redigido.
“Há lesões nos corpos, mas ainda não podemos adiantar se houve tortura ou não. Os corpos devem ser liberados hoje para a família”, informou o médico.
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Os corpos foram encontrados no residencial Edgar Gayoso, enterrados um sobre o outro na mesma cova. A polícia recebeu pistas sobre a localização ainda na noite de sexta-feira (15), mas somente os encontraram no sábado.
As irmãs moravam juntas com os filhos, uma menina de 4 anos e um menino de 6 anos, e saíram de casa com as crianças, na noite de quarta.
Segundo o coordenador do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), o delegado Francisco Costa, o Barêtta, a polícia acredita que o menino foi deixado na casa de um parente antes delas morrerem. Já a menina, conforme o delegado, teria testemunhado os crimes e foi deixada em frente a uma UBS por um homem não identificado.
Menina relatou que mãe foi agredida
A menina deixada em uma UBS relatou ter visto a mãe sendo agredida, tendo o cabelo raspado e sendo baleada. Os relatos da menina foram informados ao g1 por Frederico Kayser, conselheiro tutelar que atendeu o caso. A família foi localizada, mas a menina foi encaminhada a um abrigo municipal.
Conforme o conselheiro, o caso chegou até ele por meio das profissionais da UBS onde a menina foi deixada, que fica em frente ao Conselho Tutelar da região.
A criança, muito assustada, segundo ele, entrou na unidade de saúde chamando pela mãe e as profissionais conversaram com ela para tentar encontrar a família. Frederico disse que a menina logo relatou violências que a mãe teria sofrido.
“Ela falou tudo espontaneamente, nós conversamos com ela para tentar saber quem era a mãe dela, tentar encontrar a família, e ela contou que algumas pessoas bateram muito na mãe dela, cortaram o cabelo, rasparam o cabelo e depois deram um tiro”, disse.
“Ela contou também que estudava lá perto, procuramos escolas próximas para saber se alguém a reconhecia, mas ninguém a identificou como aluna. Quando retornamos ao conselho, familiares dela estavam lá”, completou Frederico.
Primo de 6 anos deixado na casa de familiares
Os familiares contaram que a mãe da menina e a irmã, de 23 e 24 anos, saíram com os filhos (a menina de 4 anos e um menino de 6 anos) na noite de quarta (13) e não tinham sido mais vistas. As crianças estavam desaparecidas desde então.
O garoto foi encontrado logo depois da menina, deixado na casa de familiares também na Zona Norte. Ainda não se sabe quem deixou as crianças nesses lugares.
Conforme o conselheiro tutelar, o avô das crianças chegou a relatar que a família teme que as mães tenham sido vítima de represálias por algum motivo, já que tinham envolvimento anteriores com alguns crimes. As duas moravam juntas com as crianças na região onde os dois foram encontrados, no residencial Parque Firmino.
O avô das crianças mora em uma casa ao lado e está com o menino, que não foi encaminhado ao conselho. Devido à situação como a garota foi encontrada, o Conselho Tutelar preferiu que ela fosse levada a um abrigo municipal, onde está recebendo acompanhamento psicológico e de assistentes sociais.
Polícia investiga desaparecimento
DHPP – Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa
Lívia Ferreira/g1 PI
As crianças foram deixadas na quinta na Unidade Básica de Saúde (UBS) da Santa Maria da Codipi e na casa de uma parente na região da Zona Norte de Teresina. Conforme o delegado Francisco Costa, o Barêtta, a partir do “abandono” das crianças a polícia iniciou a investigação do desaparecimento das mães.
“Familiares das mulheres estiveram no DHPP e foram ouvidos. Segundo eles, elas saíram na quarta por volta das 20h e não deram mais noticias”, explicou o delegado Barêtta.
Conforme o delegado, as mulheres são companheiras de dois homens que estão presos por tráfico e roubo. Eles são membros de uma facção criminosa e segundo os familiares, as jovens estariam se relacionando com outros homens, membros de uma facção rival à dos companheiros presos.
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