
Adriano Lima da Silva, de Seberi, usa prótese na perna e participa da 35ª Festa Campeira do Rio Grande do Sul, que começa nesta quinta-feira (13) em Santa Cruz do Sul. Adriano e os filhos
Arquivo pessoal
Uma prova de laço inclusivo, para pessoas com deficiência, é uma dos destaques da 35ª Festa Campeira do Rio Grande do Sul, que começa nesta quinta-feira (13), no Parque Municipal de Eventos de Santa Cruz do Sul, na Região dos Vales. Segundo o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), que promove o evento, são 1.742 inscritos em 37 modalidades.
Um dos participantes é o laçador Adriano Lima da Silva, de 39 anos, que trabalha como caixa de uma cooperativa de crédito em Seberi, no Norte do estado.
Adriano nasceu com uma má-formação congênita, sem o pé direito. Quando criança, resistia em usar prótese.
“Mas minha mãe insistia com paciência e amor e dizia: ‘coloca, assim você consegue ir lá no pai, na lavoura’. Mas eu resistia. Até que um dia, sem que ninguém precisasse insistir, decidi utilizar. E dali em diante, nunca mais tirei”, diz.
Integrante do CTG Querência da Serra, Adriano acredita que não há limitação para quem tem força de vontade.
“Se tem algo que aprendi em toda essa caminhada é que não há obstáculo grande o suficiente para deter quem tem vontade de vencer. Eu nunca tive parte de uma perna, mas sempre tive determinação. Nunca aceitei que isso fosse um limite, porque dentro de mim sempre existiu a força para seguir em frente”, diz.
Depois de participar de vários rodeios, Adriano diz que seu maior orgulho é saber que o legado herdado do pai, também laçador, foi passado aos seus dois filhos.
“Hoje, quando vejo meus filhos laçando ao lado do avô, ao meu lado, sei que tudo valeu a pena. O tradicionalismo é mais do que uma paixão. É quem nós somos”, afirma.
Inclusão
Para o presidente do MTG, Alessandro Gradaschi, a iniciativa de organizar a prova da inclusão garante a todos a oportunidade de participar da cultura tradicionalista.
“Isso sem dúvida promove a igualdade e a valorização da diversidade. A participação dessas pessoas em nossos eventos ajuda a quebrar estereótipos e preconceitos, demonstrando que ela podem participar plenamente das atividades”, acredita.
A Fecars vai até domingo com provas de laço, rédeas, gineteadas, vaca parada, entre outras.
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