Premiê israelense acatou sugestão do presidente dos EUA, Donald Trump, e ordenou miliares a se reunirem dentro e ao redor da Faixa de Gaza. Hamas acusa Israel de violar termos do acordo. Hamas afirma que reféns só voltam para casa com cessar-fogo
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta terça-feira (11) que o cessar-fogo na Faixa de Gaza será encerrado se o Hamas não devolver os reféns mantidos no território até o meio-dia de sábado (15), no horário local (7h, em Brasília).
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Em um pronunciamento, Netanyahu afirmou que ordenou que as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) se posicionem dentro e ao redor da Faixa de Gaza para uma operação. Ele não deu mais detalhes sobre o plano.
“Se o Hamas não devolver os reféns até o meio-dia de sábado, o cessar-fogo terminará, e as IDF retomarão os intensos combates até a derrota final do Hamas”, declarou.
Netanyahu acatou uma sugestão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que afirmou que Israel deveria ignorar o cessar-fogo caso os reféns não fossem libertados até o prazo estabelecido.
“Deixe o inferno se instaurar”, disse o presidente americano enquanto assinava ordens executivas na Casa Branca.
Após as falas de Netanyahu, o Hamas disse estar comprometido com o cessar-fogo e responsabilizou Israel por “complicações e atrasos”. Mais cedo, o grupo disse ainda que Trump “não ajuda em nada e complica ainda mais as coisas”.
Na segunda-feira (10), o Hamas anunciou que pretende atrasar a libertação de reféns prevista para sábado, alegando que Israel violou os termos do acordo de cessar-fogo, em vigor há três semanas.
O Hamas acusou Israel de dificultar a entrada de ajuda humanitária em Gaza, atrasar o retorno de deslocados ao norte do território e realizar bombardeios. O grupo exigiu que o governo israelense compense os termos violados.
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Crise no acordo
Palestinos passam pelos escombros de edifícios destruídos, em meio ao cessar-fogo entre Israel e o Hamas, na Cidade de Gaza, em 6 de fevereiro de 2025.
REUTERS/Dawoud Abu Alkas/Foto de arquivo
Um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas entrou em vigor no dia 19 de janeiro e está sendo aplicado em três etapas. Nesta primeira fase, o Hamas se comprometeu a libertar 33 reféns de forma gradual. Em contrapartida, Israel retirou tropas de Gaza e libertou prisioneiros palestinos.
Até esta terça-feira, 16 dos 33 reféns haviam sido libertados pelo grupo.
Israel declarou que o atraso na entrega dos demais reféns configura uma violação do cessar-fogo e colocou os militares em nível de prontidão para defender comunidades na região de fronteira.
Segundo a agência Reuters, mediadores do cessar-fogo temem que o acordo possa ruir. Novas negociações para as próximas fases foram adiadas.
A tensão entre Hamas e Israel também aumentou após declarações de Trump, que afirmou que os palestinos deveriam ser retirados da Faixa de Gaza de forma permanente.
A guerra na região começou em outubro de 2023, quando o Hamas atacou Israel, matando mais de 1,2 mil pessoas. Em resposta, Israel bombardeou a Faixa de Gaza, resultando em mais de 40 mil mortes.
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