A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda informou nesta terça-feira (2) que uma desaceleração, ou seja, um ritmo menor de crescimento, já era esperada no segundo trimestre deste ano.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou um crescimento de 0,4% no segundo trimestre de 2025.
O crescimento foi bem menor do que o registrado nos três primeiros meses deste ano, quando a economia brasileira avançou 1,4%.
“No segundo trimestre, o crescimento na margem foi similar à estimativa da SPE. No entanto, a desaceleração ocorreu em ritmo mais acentuado do que o previsto no Boletim MacroFiscal de julho, quando ainda havia poucos indicadores coincidentes divulgados”, informou o Ministério da Fazenda.
PIB: Fazenda prevê desaceleração no ritmo de crescimento nos próximos meses
Para o terceiro trimestre, acrescentou o Ministério da Fazenda, o ritmo de crescimento projetado para o PIB “é pouco inferior ao observado para o segundo trimestre”.
“Embora a desaceleração nas concessões de crédito venha se acentuando nos últimos meses, junto com o aumento nas taxas de juros bancárias e na inadimplência, o mercado de trabalho segue resiliente, podendo impulsionar a atividade junto ao pagamento dos precatórios e à recente expansão do crédito consignado ao trabalhador”, informou o governo.
Se o PIB cresce, significa que a economia vai bem e produz mais. Se o PIB cai, quer dizer que a economia está encolhendo. Ou seja, o consumo e o investimento total é menor. Entretanto, nem sempre crescimento do PIB equivale a bem-estar social.
Desaceleração projetada
A desaceleração da atividade econômica no segundo trimestre deste ano já era esperada tanto pelo mercado financeiro quanto pelo governo e pelo Banco Central, diante do elevado nível da taxa de juros.
Fixada pelo Banco Central para conter as pressões inflacionárias, a taxa Selic está, atualmente, em 15% ao ano — o maior patamar em quase 20 anos.
A instituição tem sinalizado que os juros permanecerão neste patamar por um “período bastante prolongado” de tempo. Os analistas dos bancos esperam cortes somente em 2026.
O mercado financeiro estima uma taxa de crescimento do PIB 2,19% em 2025, contra 3,4% no ano passado. O BC projeta uma expansão de 2,1% neste ano.
▶️O BC tem dito claramente que uma desaceleração, ou seja, um ritmo menor de crescimento da economia, faz parte da estratégia de conter a inflação no país. Avalia que isso é um “elemento necessário para a convergência da inflação à meta [de inflação, de 3%]”.
▶️Na ata da última reunião do Copom, divulgada no início de agosto, o BC informou que o chamado “hiato do produto” segue positivo. Isso quer dizer que a economia continua operando acima do seu potencial de crescimento sem pressionar a inflação.
▶️O Banco Central também informou que a atividade econômica doméstica “tem indicado certa moderação no crescimento e, ao mesmo tempo, apresentado dados mistos entre os setores e indicadores”.