‘Ficou muito perigoso em caso de um temporal’, explicou barqueiro ouvido pelo g1. Os desafios da navegação no Rio Paraná
A Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, conhecida popularmente como Porto Primavera, instalada no Rio Paraná, afeta as cidades de Rosana (SP), Presidente Epitácio (SP), Teodoro Sampaio (SP), Paulicéia (SP) e Panorama (SP), no Oeste Paulista.
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O Portal g1 Presidente Prudente e Região publica a série “Os desafios da navegação no Rio Paraná”, com 10 reportagens especiais que mostram a situação da atividade náutica no trecho afetado pelo lago formado pela Usina Hidrelétrica de Porto Primavera, no Oeste Paulista.
O lago formado pela barragem, inaugurada em 1999, é um local frequentemente visitado por turistas, além de ser uma fonte de sustento para muitas pessoas que moram na região.
O g1 conversou com barqueiros que apontaram perigos ao navegar no rio.
Os profissionais explicaram que diversos acidentes ocorrem por tempestades em certas épocas do ano ou quando embarcações acabam colidindo com troncos de árvores e ilhas submersas, mas a maioria informou que as ocorrências acontecem também pela falta de experiência dos navegantes, que não conhecem o reservatório de água.
O barqueiro e guia turístico náutico José Luiz, de Rosana, disse que o estado de navegação é muito bom, porém, depende muito da experiência do comandante da embarcação devido às fortes ondas de acordo com o vento.
De acordo com ele, o local mais perigoso seria a saída da eclusa, se estiver com ventos do norte, e o mais seguro seria acompanhar as boias de sinalização.
Ele contou também que o trecho com mais acidentes é de Rosana a Presidente Epitácio, principalmente no mês de agosto, período mais complicado devido aos fortes ventos e ondas.
“Hoje o lago mudou muito, não há mais áreas abrigadas, como eram as ilhas. Ficou muito perigoso em caso de um temporal”, explicou José Luiz.
Barqueiros alertam sobre riscos e perigos da navegação no Rio Paraná
José Luiz
O guia de pesca Jessé Alves Amorim explicou ao g1 alertas e cuidados a serem tomados no lago da Usina de Porto Primavera.
“No trecho sinalizado por boias, a navegação é mais fácil, não há risco. Nas lagoas onde foi inundado, é perigoso por ter lugares rasos, troncos de árvores e muitas estruturas, para navegar requer o conhecimento do local. Os pontos mais perigosos para navegação são os lugares mais extensos, sendo que o mais influente é o vento sul”, informou o guia.
Barqueiros alertam sobre riscos e perigos da navegação no Rio Paraná
Marcio Pascoalete
Amorim também explicou que, antes da construção da hidrelétrica, o rio tinha correnteza e não era tão perigoso como hoje, mas o trecho ficou alagado e sem correnteza, além do perigo de ventanias.
Ele reforçou que permanece alerta a todo tempo sobre as condições climáticas e previsões, e citou que julho e agosto são os piores meses para navegar.
“O uso do colete salva-vidas, revisar a embarcação e prestar atenção nas mudanças do tempo. Estar atento para preservar a vida, sempre segurança em primeiro lugar. Em algumas situações, ficar parado no barranco ou nas ilhas, e esperar o tempo melhorar para ir embora”, aconselhou Amorim.
O guia explicou ao g1 que os acidentes acontecem, na maioria das vezes, por causa do vento, quando embarcações acabam virando, e porque a pessoa não tem experiência de pilotar um barco, principalmente durante a navegação noturna.
Disse também que a falta de conhecimento do local, o não uso do colete salva-vidas e o consumo de bebidas alcoólicas levam a ocorrências trágicas.
Barqueiros alertam sobre riscos e perigos da navegação no Rio Paraná
TV Fronteira
Barqueiros alertam sobre riscos e perigos da navegação no Rio Paraná
Marcio Pascoalete
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