
Guilherme Isaque de Souza Ferreira, de 18 anos, foi aprovado em ciências sociais. Família vai deixar tudo para trás na capital para dar apoio ao jovem em São Carlos, no interior de SP. Família de jovem com paralisia aprovado na UFSCar se muda para São Carlos
O amor de pai e mãe não tem limites quando se trata do bem-estar dos filhos. Por isso, os pais do estudante Guilherme Isaque de Souza Ferreira vão deixar a vida na capital paulista para trás para acompanhar o jovem, que tem paralisia cerebral e foi aprovado no curso de ciências sociais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
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A família muda para São Carlos (SP) neste sábado (22) para deixar tudo em ordem e marcar presença no primeiro dia de aula do estudante, na segunda-feira (24).
Guilherme foi aprovado em segundo lugar por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e viralizou na internet ao celebrar a conquista quando viu o nome na lista. No mês passado, ele veio à cidade conhecer o campus e um misto de euforia, celebração e alegria tomou conta do estudante.
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Guilherme Isaque de Souza Ferreira, de 18 anos, foi aprovado no vestibular da UFSCar em São Carlos (SP)
Arquivo pessoal
Desde a notícia da aprovação, os pais conversaram (e muito) sobre como poderiam dar todo o apoio necessário nos primeiros passos rumo à independência do caçula. Optaram pela mudança, o que não foi uma decisão fácil, segundo Zilmar Lima de Souza Ferreira, mãe do estudante.
“Vamos ter que recomeçar do zero pelo nosso filho. Então, é seguir em frente. Tudo o que ele conquistou foi com o seu próprio esforço. Eu só pedi para ele pra estudar. E ele fez. Agora nós temos que ir atrás pra ajudar nosso filho”, disse ao g1.
Mudança, ajuda e doações
Guilherme Isaque de Souza Ferreira e os pais estão de mudança para São Carlos (SP)
Arquivo pessoal
O pai de Guilherme trabalhava há 15 anos como estoquista em uma loja de calçados. Ao saber do desejo de realizar o sonho do filho, a patroa fez um acordo para que ele pudesse receber seus direitos.
Com o dinheiro, a família conseguiu adiantar os depósitos do aluguel de uma casa no bairro Maria Stella Fagá, que vai custar R$ 1 mil por mês.
A família organizou uma rifa para ajudar Guilherme a comprar um notebook. Uma pessoa doou o equipamento, que deve auxiliar o estudante na universidade. O dinheiro arrecadado com a rifa vai servir para pagar o prêmio ao vencedor. Outra parte vai custear a mudança, que ficou por R$ 1,5 mil, valor mais em conta feito por um conhecido.
“Ganhamos um fogão e uma geladeira usados. Vamos levar nosso sofazinho e mesa porque o Isaque não consegue se alimentar com o prato na mão. A gente ainda precisa de um armarinho para a cozinha e guarda-roupas, mesmo que for usado”, disse a mãe.
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Os pais de Guilherme também esperam encontrar um emprego para se manter na cidade. Zilmar disse que trabalha como babá, diarista e cozinheira.
Segundo ela, foi assim que conseguiu ajudar a formar o outro filho de 27 anos em biomedicina. Ela vendia comida, frutas e tapioca na Feira da Madrugada do Brás, na região central de São Paulo.
“Com o Isaque não vai ser diferente. Não vou deixar ele sozinho, sem o meu apoio, sem a minha presença. Meu esposo e eu fazemos tudo pelos nossos filhos. E se precisar fazer mais, nós vamos fazer”, disse.
Luta para viver
Guilherme Isaque de Souza Ferreira enfrenta desafios desde o nascimento, diz a mãe
Arquivo pessoal
A paralisia cerebral de Guilherme aconteceu em decorrência da demora no parto e negligência do médico, diz Zilmar.
O bebê nasceu e entrou em coma. Tão logo saiu ficou entubado. Em meio a problemas de saúde de convulsões, a mãe disse que vivia mais no hospital do que em casa.
Ao longo do desenvolvimento, Guilherme passou por atendimento especializado na AACD, na unidade da Mooca, na Zona Leste, durante 12 anos.
A AACD é uma organização sem fins lucrativos focada em garantir assistência médico-terapêutica de excelência em Ortopedia e Reabilitação. A Instituição atende pessoas de todas as idades, recebendo pacientes via Sistema Único de Saúde (SUS), planos de saúde e particular.
Guilherme Isaque de Souza Ferreira, de 18 anos, tem paralisia cerebral e passou em 2º lugar em ciências sociais na UFSCar pelo Sisu
Arquivo pessoal
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