Os investigados pagavam propinas a funcionários da Caixa Econômica e de lotéricas para obter acesso a benefícios sociais geridos por meio do aplicativo. A Polícia Federal (PF) iniciou nesta terça-feira (15) a Operação Farra Brasil 14, contra uma quadrilha especializada em fraudar o sistema Caixa Tem, utilizado pela Caixa Econômica Federal para o pagamento de benefícios como Bolsa Família, seguro-desemprego e FGTS. Os golpes causaram um prejuízo de R$ 2 bilhões em 5 anos.
Cerca de 80 policiais federais saíram para cumprir 23 mandados de busca e apreensão nos municípios de Niterói, Rio de Janeiro, São Gonçalo, Maricá, Itaboraí, Macaé e Rio das Ostras. Além dos mandados, a Justiça Federal impôs medidas cautelares diversas da prisão para 16 investigados.
As investigações revelaram que o grupo criminoso cooptava funcionários da Caixa Econômica e de lotéricas, que recebiam propinas para dar acesso a contas sociais de terceiros pelo aplicativo.
A maior parte das vítimas é beneficiária de programas sociais do governo federal, mas as fraudes também atingem o FGTS e o seguro-desemprego de trabalhadores, todos geridos pelo Caixa Tem.
De acordo com a Coordenação de Repressão a Fraudes Bancárias Eletrônicas da Diretoria de Combate a Crimes Cibernéticos da PF, desde a criação do Caixa Tem, em abril de 2020, já foram registrados cerca de 749 mil processos de contestação, com o ressarcimento de cerca de R$ 2 bilhões por parte da Caixa Econômica Federal.
Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa, furto qualificado, corrupção ativa e passiva, além de inserção de dados falsos em sistemas de informação, com as penas máximas podendo chegar a 40 anos de reclusão.