Mais de 600 pessoas morreram com Aids no estado nos últimos anos, e um levantamento mostrou que 10% dos casos em 2022 foram de vítimas que não estavam na rede de cuidados em HIV, vírus causador da doença. Cerca de 2,8 mil velas são acesas durante evento do Dia Mundial da Aids em Jacarta, em 2009
Dadang Tri/Reuters
O Piauí é o 4º estado do país com mais mortes por Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, em inglês) diagnosticada tardiamente, segundo o Boletim Epidemiológico HIV e Aids 2023 do Ministério da Saúde (MS), divulgado em dezembro do ano passado. Neste domingo, 1º de dezembro, data em que é celebrado o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, o g1 relembra o dado e fala sobre a importância da prevenção, testagem, diagnóstico e tratamento contra o HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana).
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O HIV é o vírus causador da Aids. Quando há infecção, ele enfraquece o sistema imunológico, que protege o corpo contra doenças, e se replica. Após algum tempo, podem ser semanas, sem o tratamento, podem ocorrer sintomas semelhantes aos da gripe, como febre, dor de garganta e fadiga.
Além disso, a baixa imunidade permite o aparecimento de doenças chamadas oportunistas, porque se aproveitam da fraqueza do organismo para se manifestarem, que podem levar à morte. Por isso, evitar a contaminação ou, quando isso não ocorre, procurar um diagnóstico e tratar, em caso de positivo, é fundamental.
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Mais de 600 pessoas morreram com Aids no Piauí entre 2019 e junho de 2023, apontou o Boletim Epidemiológico do MS. Segundo o levantamento do órgão, 10% dos casos registrados em 2022 vieram do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM).
Isso indica que as vítimas tiveram diagnóstico tardio e não estavam inseridas na rede de cuidados em HIV e Aids, pois não estavam notificadas nos sistemas de Controle de Exames Laboratoriais de CD4+/CD8+ e Carga Viral do HIV (SISCEL) e no de Controle Logístico de Medicamentos (Siclom).
“É um dado terrível, que pode ser completamente modificado. É preciso quebrar o tabu de se falar de sexualidade. Quando se fala de forma técnica, profissional, entra na área de saúde sexual”, disse coordenadora estadual dos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), Cristiana Rocha.
“Ser infectado com HIV não significa o fim. A medicação é altamente eficiente e, se a pessoa faz o tratamento, tem acompanhamento, a tendência é ficar indetectável, com a quantidade de vírus tão pequena que ela nem adoece e nem transmite para outras pessoas”, completou.
Onde fazer o teste
Autoteste de HIV em Unidade Básica de Saúde (UBS)
PMM/divulgação
O SUS oferece gratuitamente testes para diagnóstico do HIV, basta procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). No Piauí, há CTAs em Teresina, Parnaíba, Piripiri, Floriano e Oeiras. Na capital há ainda o Hospital Natan Portella.
Nos CTAs, os exames podem ser feitos de forma anônima e, além da coleta e da execução dos testes, há um processo de aconselhamento, para facilitar a correta interpretação do resultado. Há dois tipos de testes:
Rápidos: podem ser realizados com a coleta de uma gota de sangue na ponta do dedo ou amostra de fluido oral (saliva), e fornecem o resultado em, no máximo, 30 minutos.
Laboratoriais: são feitos com coleta de sangue da veia e o material é encaminhado para um laboratório.
É recomendado que o teste de HIV seja feito com regularidade e, principalmente, caso haja uma situação de risco, como ter feito sexo sem camisinha. Nesse caso, há o protocolo da profilaxia pós-exposição de risco ao HIV (PEP), que deve ser buscado em até 72 horas após a exposição.
Prevenção contra o HIV
Além do uso de camisinha, outra forma de prevenção contra o HIV, é fazendo uso da PrEP (Profilaxia Pré-Exposição), que consiste em tomar comprimidos antes da relação sexual. Essa medicação prepara o organismo para enfrentar um possível contato com o HIV.
Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) previne infecção pelo HIV
Reprodução/EPTV
A pessoa em PrEP realiza acompanhamento regular de saúde, com testagem para o HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Para aderir à PrEp, basta procurar um serviço de saúde e verificar se há indicação para o uso.
Dezembro Vermelho
A partir deste domingo (1º), inicia-se a campanha Dezembro Vermelho, uma mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, a Aids e outras ISTs, chamando a atenção para a prevenção, a assistência e a proteção dos direitos das pessoas infectadas com o HIV.
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