Agentes da PF de Brasília (DF) cumpriram mandado de busca e apreensão na casa do suspeito no bairro Canto do Forte, em Praia Grande. Outras duas pessoas foram presas na capital paulista. PF prende policial em operação contra vazamento de dados sigilosos em Praia Grande
Um policial civil foi preso em Praia Grande, no litoral de São Paulo, durante a Operação Augusta, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (25). Outro policial civil e um empresário, ex-piloto de Fórmula Truck, também foram presos. A operação, realizada pela PF de Brasília, foi realizada para desarticular um esquema de corrupção e de vazamento de informações sigilosas dentro da polícia de São Paulo.
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A Operação Augusta é um desdobramento da Operação Tacitus, realizada no ano passado para prender cinco policiais, um advogado e um empresário. Eles tinham sido delatados por Vinicius Gritzbach, executado no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
A suspeita da PF é que o policial e outros alvos da operação recebiam propina para favorecer ilegalmente pessoas investigadas em inquéritos criminais.
Conforme apurado pela TV Tribuna, afiliada da Globo, agentes da PF de Brasília (DF) cumpriram mandado de busca e apreensão na casa do suspeito, no bairro Canto do Forte, onde foram encontrados carros e armas. Os veículos foram apreendidos, mas os armamentos eram regulares por licença de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC).
Carros e armas foram encontradas em casa de suspeito em Praia Grande (SP)
Divulgação/PF
A ação foi realizada pela PF, em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público (MP), e contou com o apoio da Polícia Militar (PM) e da Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo.
De acordo com a corporação, a Operação Augusta foi articulada para cumprir três mandados de prisão preventiva e nove de busca e apreensão (cinco na capital, três na região metropolitana de São Paulo e um em Praia Grande).
Na casa dos policiais e empresário detidos, a PF encontrou dinheiro, armas e até um helicóptero que foi apreendido por decisão judicial. A aeronave, inclusive, foi o que deu origem ao nome da operação. Ela foi bloqueada pela Justiça junto com outros bens e recursos que podem somar R$ 12 milhões.
Presos
Os três presos pela operação são os seguintes:
Roberval de Andrade: empresário e ex-piloto de Fórmula Truck;
Sérgio Ricardo Ribeiro: investigador da Polícia Civil;
Marcelo Bombom: investigador da Polícia Civil (terceira prisão decretada contra ele).
O criminalista Eugênio Carlo Balliano Malavasi, que defende Marcelo Bombom, afirmou que a inocência dele será comprovada nas ações penais em curso. Em relação à operação desta quarta, o advogado disse não ter informações.
Bombom também é investigado na Operação Tacitus, acusado de organização criminosa. Na época, a polícia encontrou dinheiro com ele e fez um flagrante por lavagem de capitais, que foi convertido em prisão preventiva.
O g1 tenta contato com a defesa dos outros dois investigados, mas ainda não conseguiu retorno.
PF apreende helicóptero, armas e dinheiro em operação contra corrupção na Polícia de SP
Veja os crimes apurados pela PF
Corrupção passiva majorada: prevista no artigo 317, §1º, do Código Penal, com pena de até 12 anos de reclusão;
Corrupção ativa majorada: prevista no artigo 333, parágrafo único, do Código Penal, com pena de até 12 anos de reclusão;
Violação de sigilo funcional com dano à administração pública, tipificada no artigo 325 do Código Penal, com pena de até 6 anos de reclusão;
Quebra de sigilo de informações protegidas por norma legal, nos termos do artigo 10 da Lei Complementar n.º 105/2001, com pena de até 4 anos de reclusão;
Advocacia administrativa, crime previsto no artigo 321 do Código Penal, com pena de até 3 meses de detenção.
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