Por que é importante uma COP na Amazônia?
A Amazônia pode ser uma peça-chave no xadrez climático global.
Para cientistas, diplomatas e lideranças locais, realizar uma conferência do clima em Belém significa poder transformar discurso em um ponto de virada na política ambiental mundial.
📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça
Depois de anos retraída, a diplomacia climática brasileira volta ao protagonismo com um duplo papel, que é presidir a COP 30 e o G20. A aposta é ligar clima às finanças globais.
Países ricos prometeram US$ 100 bilhões por ano para ações climáticas em países em desenvolvimento, mas não entregaram. Agora, o Brasil quer triplicar essa cifra e, ainda, criar regras que permitam o acesso direto dos povos amazônicos a esses recursos.
O país apresenta bons números em energia, sendo 47% da matriz renovável. Mas, ao mesmo tempo, discute explorar petróleo na Margem Equatorial, na Amazônia. A contradição promete ganhar espaço nas negociações em Belém.
Ao colocar candidatura às Nações Unidas, o Brasil tenta se posicionar como vitrine de conservação ambiental e sustentabilidade. No Pará, uma das novidades esperadas é a apresentação de um modelo de créditos que remunere a floresta em pé, atraindo investidores verdes.
Nos bastidores, até a gastronomia amazônica aparece como estratégia diplomática. Do açaí ao jambu, sabores típicos viram ferramenta de conquista de mercados sustentáveis e de diálogo cultural.
Em outras palavras, o Brasil aposta na Amazônia como “barganha ambiental”. O objetivo é estimular investimentos internacionais em defesa do clima e mostrar capacidade de liderança.
A expectativa vai além da política e da economia. Especialistas projetam que a COP 30 pode gerar milhares de empregos no Brasil, especialmente na região amazônica, com investimentos em energia limpa e bioeconomia.
Mais do que um evento simbólico, a conferência é apontada como oportunidade histórica de recolocar a maior floresta tropical do planeta no centro do debate climático. E, principalmente, dar voz a quem vive nela.
MAIS VÍDEOS sobre a COP: