Professor dava aulas de história em um colégio estadual e foi afastado por 30 dias. Um inquérito policial foi aberto pela Polícia Civil (PC-PR) para apurar os fatos e ouvir os envolvidos. Escola afasta professor ligado a agressão de aluno
Um professor é suspeito de oferecer dinheiro para alunos agredirem um adolescente de 11 anos após ele tirar nota baixa em um trabalho, em uma escola estadual de Maringá, no norte do Paraná. A família da vítima registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil (PC-PR). Um inquérito policial foi aberto para investigar a denúncia e ouvir os envolvidos.
O caso aconteceu na última quinta-feira (10). A Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed-PR) informou que, assim que a escola tomou conhecimento do fato, adotou imediatamente as providências necessárias e que o professor foi afastado das atividades pelo período de 30 dias.
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Conforme a delegada Karen Nascimento, do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria), o adolescente é aluno do 6º ano e foi agredido por pelo menos cinco colegas com idades entre 10 e 11 anos.
Segundo as declarações feitas pelo pai da vítima no boletim de ocorrência, o adolescente viajou com os pais durante as férias deles e quando voltou, o professor pediu para que ele fizesse um trabalho.
Contudo, o aluno tirou nota baixa no trabalho e o professor pediu para que alguns colegas de sala do menino batessem nele. Ainda conforme o relato feito pelo pai, o professor teria oferecido dinheiro e estipulado um tempo de dois minutos para as agressões.
Além de registrar o boletim de ocorrência, o pai do adolescente solicitou uma medida protetiva de urgência contra o professor e disse que o filho não quer mais voltar para a escola.
Caso está sendo investigado pelo Nucria de Maringá.
Reprodução/RPC
A delegada Karen informou que, no decorrer da semana, vai ouvir funcionários da escola e os alunos que estavam em sala de aula no momento da agressão, bem como os agressores. Os adolescentes passarão por um processo de escuta especializada.
A delegada disse ainda que solicitou imagens de câmeras de monitoramento da escola. O professor deverá ser chamado para prestar depoimento e, se confirmada a situação, ele poderá responder por lesão corporal ou vias de fato e por submeter criança ou adolescente a vexame ou constrangimento.
O g1 tenta contato com o professor e com a defesa dele.
“Se confirmado o fato relatado pela criança, a gente verifica uma situação muito grave, não só em relação ao que foi agredido, mas as outras crianças que estão no ambiente escolar. Uma situação de violência dentro da escola é inadmissível”, disse a delegada.
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Caso também está sendo analisado pelo Conselho Tutelar
Além de informar sobre o afastamento do professor, a Seed disse que a equipe pedagógica ouviu os envolvidos no mesmo dia e registrou os relatos em ata para acompanhamento. A escola também notificou formalmente o Conselho Tutelar.
Em entrevista à RPC, o conselheiro Vandré Fernando disse que pediu pelo afastamento do professor para que a rotina da escola não seja prejudicada. Além disso, explicou que o adolescente agredido passará por acolhimento e atendimento psicológico.
“A vítima, estamos trabalhando junto com a família, com técnicos da rede de proteção, psicólogos, psiquiatras e tudo que for necessário para amparar essa criança e orientar a família sobre como lidar com essa situação que é muito complexa”, explicou Vandré.
De acordo com o conselheiro, também será feito um trabalho pedagógico com os alunos da sala em que o caso ocorreu, através do setor de psicólogos do Núcleo Estadual de Educação.
“É uma sequência de erros, é lamentável. Nos preocupa também a questão da formação do senso crítico dessas crianças sobre o que é certo e o que é errado. Isso será trabalhado pedagogicamente e vai ser feito um trabalho desse através do setor de psicólogos. A criança sempre vai ser a vítima, pois algum adulto se aproveitou daquela situação”, considerou o conselheiro.
Vandré também informou que os pais dos adolescentes que agrediram a vítima serão responsabilizados, caso a situação seja comprovada.
A Seed informou que está acompanhando o caso de perto e instaurou procedimento interno para apuração dos fatos, assegurando o cumprimento dos protocolos institucionais.
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