De 1º de janeiro a 21 de abril, 102 crianças foram registradas sem a identificação paterna. Quase 5% das crianças nascidas em 2025 no Sul de Minas não têm o nome na certidão
Quase 5% das crianças nascidas em 2025 nas maiores cidades do Sul de Minas não têm o nome do pai na certidão de nascimento. Somando os nascimentos de Poços de Caldas, Pouso Alegre, Varginha e Passos, 102 dos 2.219 registros não tem a identificação paterna.
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De acordo com dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen), em Minas Gerais, 3.721 crianças foram registradas com pais ausentes, o correspondente a 5,2% dos 71.474 nascimentos ocorridos entre 1º de janeiro e 21 de abril.
Região
Índice de nascimentos registrados sem o nome do pai é de 5,2% em Minas Gerais
Arquivo/Agência Brasil
Varginha tem um dos maiores índices de Minas Gerais, com 5,7% das certidões sem nomes de pais. Dos 545 nascimentos registrados, 31 têm pai ausente.
Em Passos, 5,4% dos 423 registros realizados este ano não têm a identidade paterna, o que corresponde a 23 certidões.
Já em Poços de Caldas e Pouso Alegre os índices já são bem mais baixos. Em Poços, 22 das 565 certidões foram registradas com pai ausente, o equivalente a 3,9% do total.
Pouso Alegre, que teve o maior número de nascimentos entre as maiores cidades do Sul de Minas, tem o menor índice de certidões com pais ausentes: 3,8% dos 686 registros – correspondente a 26 casos – não consta o nome do pai.
Identidade
Segundo o sociólogo Zionel Santana o registro dos nomes dos pais nas certidões de nascimento tinha mais importância no passado, quando ele era necessário para garantir direitos, como a herança, por exemplo. Com as novas tecnologias de reconhecimento de paternidade e o aumento da independência financeira das mulheres, porém, a necessidade do registro paterno tem diminuído.
“Com a questão da autonomia financeira da mulher e a sua independência, ela não vê mais essa necessidade simplesmente de atribuir o sobrenome do filho relacionado ao pai. Ela exige muito mais outras questões de direito em relação à criança do que simplesmente o sobrenome. Mas, por outro lado, é importante levar em consideração que a constituição da identidade social de uma criança, ela é dependente de um convívio com o núcleo familiar, seja ele menor ou seja ele ampliado, porque é com essas relações que a identidade dela, com aquilo que ela de fato se identifica, vai se construindo ao longo da sua existência”, afirmou.
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