Em 2024, capital rondoniense chegou a ficar entre as cidades com pior qualidade do ar do Brasil. Órgãos de fiscalização e controle ambiental trabalham em conjunto em diferentes áreas para intensificar as ações preventivas. Incêndio no Parque Guajará-Mirim, em Rondônia
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Durante a estiagem do ano passado, Porto Velho enfrentou um dos piores episódios de poluição do ar no país, resultado direto das queimadas ilegais e dos incêndios florestais. O céu acinzentado e o ar denso marcaram os dias na capital de Rondônia, que chegou a ficar entre as cidades com pior qualidade do ar do Brasil.
Para evitar que esse cenário se repita em todo o estado neste ano, os órgãos de fiscalização e controle ambiental trabalham em conjunto em diferentes áreas para intensificar as ações preventivas e de combate às queimadas.
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Relembre a situação vivida no ano passado
Em 2024, o número de focos registrados entre 1º de janeiro e 26 de agosto foi o maior em cinco anos. Só em agosto, foram registrados mais de 3,4 mil focos: o pior mês naquele ano, segundo dados do Programa BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O índice representou um aumento de 144% em relação ao mesmo período de 2023.
😷O cenário de seca e queimadas excessivas em 2024 também colocaram Porto Velho entre os piores índices de qualidade do ar do país. Segundo a plataforma suíça de monitoramento, IQAir, a capital de Rondônia liderou o país como a pior cidade para respirar.
O pior índice de qualidade do ar registrado no ano passado foi de 874, considerado “Perigoso”. A classificação varia entre “Bom”, “Moderado”, “Insalubre para grupos sensíveis”, “Insalubre”, “Muito insalubre” e “Perigoso”.
Algumas cidades do estado passaram semanas encobertas pela fumaça. A nuvem densa tampou paisagens presentes no dia a dia da população.
Entenda como funciona o trabalho de prevenção
A mobilização contra as queimadas em Rondônia envolve uma força-tarefa composta pelo Ibama, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam) e o Corpo de Bombeiros Militar. Juntos, os órgãos atuam no monitoramento das áreas mais afetadas pelos incêndios e reforçam a presença em regiões que não puderam ser atendidas no ano anterior.
Segundo César Luiz, superintendente do Ibama em Rondônia, houve um reforço de mais de 50% no efetivo da equipe, com a contratação de mais de 300 brigadistas para atuar nas áreas críticas — incluindo territórios indígenas e quilombolas localizados na região conhecida como ‘Arco do Desmatamento’.
“A área abrange os estados do Acre, Rondônia e o sul do Amazonas, onde há maior incidência de desmatamento. A lógica é simples: só se queima o que foi derrubado. Se temos grandes áreas desmatadas, inevitavelmente teremos mais focos de fogo”, explicou César.
Além das ações de combate, o Ibama também realiza o controle da vegetação com maior risco de propagar incêndios. O Corpo de Bombeiros, por sua vez, trabalha na contratação de novos brigadistas para atuar tanto nas regiões mais atingidas em 2024 quanto em locais que ficaram sem cobertura naquele período.
A Sedam também desenvolve ações de educação ambiental nos municípios com maior número de focos de queimadas e busca firmar parcerias com outras instituições que possam contribuir com a preservação da floresta.
Fumaça encobre céu de Porto Velho