Bairro Arquipélago, onde fica a Região das Ilhas na capital, é o primeiro a ser afetado quando níveis dos rios sobem. Famílias optaram por sair de forma preventiva. Ruas alagam na Região das Ilhas em Porto Alegre
Ronaldo Bernardi/Agência RBS
Com o aumento do nível do Rio Jacuí, ruas do bairro Arquipélago, onde fica a Região das Ilhas em Porto Alegre, começaram a alagar entre quinta (19) e esta sexta-feira (20). De forma preventiva, moradores que estavam em alerta começaram a sair de casa.
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Na altura da Rua Nossa Senhora da Boa Viagem, na Ilha da Pintada, a cota de inundação do rio é de 2,20 metros.
Quem optou por permanecer em casa observa o avanço da água pelas ruas de forma apreensiva.
“A gente até já tomou algumas providencias para ver o que vem pela frente. A água vem tomando conta da rua. A gente tá um pouco apreensivo, já tirou carro, levantou as coisas. Estamos na expectativa”, conta Anderson, morador da rua Nossa Senhora da Boa Viagem.
Para o padre Rudimar Dal Asta, líder comunitário, a apreensão é justificada e dividida entre os moradores das quatro ilhas que formam o arquipélago: do Pavão, Grande, das Flores e da Pintada.
“Muitas famílias perderam tudo ano passado. São bens materiais, mas foi o pouco que conseguiram recuperar. Quem fica, ergue os móveis. A água está descendo das outras regiões e essa é a nossa maior preocupação agora”, diz.
Ruas alagadas na Região das Ilhas em Porto Alegre
RBS TV
A Defesa Civil emitiu alerta de inundação para a Região das Ilhas e afirma que monitora a área.
Apesar dos transtornos que as tempestades têm provocado em várias regiões do estado, cientistas do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) afirmam que “não estamos diante de um evento com a mesma magnitude de maio do último ano”. A geografia da chuva e a velocidade do aumento dos níveis dos ruas ajudam a explicar isso. Saiba mais.
Prejuízos causados pela chuva no estado
As chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde o início da semana já somam mais de 4,5 mil pessoas fora de casa, segundo a Defesa Civil.
Ao todo, 90 cidades registraram algum prejuízo. Os municípios relatam alagamentos, deslizamentos, danos em residências, estradas e pontes.
Desde o início da chuva, 276 pessoas foram resgatadas, três pessoas morreram e uma está desaparecida, de acordo com o governo do estado (saiba mais abaixo).
Conforme o Serviço Geológico do Brasil (SGB) e a Defesa Civil estadual, seis rios ultrapassaram a cota de inundação. São eles:
Taquari (em Lajeado) – 22,23 m (cota 19m)
Caí (em São Sebastião do Caí) – 12,64 m (cota 10,5 m)
Ibirapuitã (em Alegrete) – 11,81 m (cota 9,7 m)
Ibicuí (em Manoel Viana) – 11,15 m (cota 9,6 m)
Jacuí (em Dona Francisca) – 8,19 m (cota 7,5 m)
Paranhana (em Taquara)
Cavalo dentro de casa na Região das Ilhas durante alagamento
Ronaldo Bernardi/Agência RBS
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Três mortes e um desaparecido
Corpo de Mulher é encontrado após carro ser levado pela correnteza
Em Candelária, uma mulher morreu após o carro em que ela estava ser arrastado pela correnteza. O corpo dela foi localizado pelo Corpo de Bombeiros Militar do RS (CBMRS) na terça-feira (17). Ela foi identificada como Geneci da Rosa, de 54 anos.
Ela estaria acompanhada do marido, um homem de 65 anos, que não foi encontrado até a publicação desta reportagem. O CBMRS, com auxílio dos bombeiros voluntários, retomou na quinta as buscas pelo homem.
Na manhã de quarta-feira (18), um jovem morreu após a cabeceira de uma ponte ceder e o carro onde ele estava cair e ser levado pela água entre Caxias do Sul e Nova Petrópolis. A vítima foi identificada como Mario César Trielweiler Gonçalves, de 21 anos.
Na quinta-feira, um idoso de 72 anos morreu após uma árvore cair sobre o carro em que estava na Avenida Rubem Berta, entre os municípios de São Leopoldo e Sapucaia do Sul. De acordo com a prefeitura de Sapucaia do Sul, ele foi identificado como Mauro Perfeito da Silva. A filha, de 37 anos, estava no banco do carona, se machucou, mas não corre risco de morrer.
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