Categoria exige reajuste salarial e manutenção de empregos, enquanto negociações com a Prefeitura e Sinetram permanecem sem avanço. Presidente do Sindicato dos Rodoviários, Givancir Oliveira
Patrick Marques, g1 AM
O presidente do Sindicato dos Rodoviários de Manaus, Givancir Oliveira, afirmou que a paralisação de 30% da frota realizada nesta terça-feira (15) continuará, mas classificou como um “aquecimento”, destacando que a greve oficial da categoria começará nesta quarta-feira (16).
Segundo Givancir, até o momento, não houve avanço nas negociações com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram) nem com a Prefeitura de Manaus.
“Na verdade, foi só um aquecimento. Não houve greve ainda. Vai haver greve a partir de amanhã, porque nesse exato momento, nem o Sinetram, nem a Prefeitura deram nem um sinal para os trabalhadores”, afirmou Givancir.
A categoria reivindica 12% de reajuste salarial, aumento no valor da cesta básica e o pagamento de R$ 1.200 em gratificação para motoristas que exercem dupla função. Além disso, os rodoviários pedem a permanência dos trabalhadores, principalmente os cobradores.
De acordo com Givancir, houve uma reunião com o município, representado pelo secretário Arnaldo Rocha, mas a proposta apresentada foi rejeitada.
“O município ofereceu uma proposta de retirar 33% dos trabalhadores já esse ano, e o sindicato foi contra. O sindicato pediu 12% de reajuste salarial, o Sinetram e a Prefeitura ofereceram 5%, e o sindicato recusou”, disse.
Ele reforçou que a greve vai continuar até que haja uma solução favorável para os trabalhadores.
“Amanhã [quarta-feira], com certeza, a greve será maior do que hoje [terça-feira]. A tendência é o movimento crescer daqui por diante”, afirmou o presidente do sindicato.
Ainda segundo Givancir, a paralisação continuará nesta quarta-feira (16), em conformidade com a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (TRT 11), que determina que 70% da frota deve circular nos horários de pico, das 6h às 9h e das 17h às 20h. Para os demais períodos, a circulação mínima deve ser de 50% dos ônibus, sob pena de multa de R$ 60 mil por hora em caso de descumprimento.
“Graças a Deus, a Justiça entendeu a nossa luta, garantiu o nosso movimento, que é legal, é liso, e a luta continua”, completou.
Sobre a proposta de redução do número de cobradores, Givancir disse que o sindicato aceita uma negociação para desligar até 10% dos trabalhadores nas linhas de menor arrecadação, mas rejeita a proposta de cortes imediatos de 33% a 40% da categoria.
“Eles querem 33% já de imediato a 40% dos cobradores fora do seu trabalho”, afirmou.
Veja o que diz o Sinetram
Em nota, o Sinetram informou que participou de reunião oficial na sede do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), com a presença de representantes da Prefeitura e do Sindicato dos Rodoviários de Manaus. Durante o encontro, foram discutidos temas como a retirada gradual da função de cobrador, em linha com a modernização do sistema de bilhetagem e os compromissos firmados pela Executivo com o Ministério Público.
Também foi iniciado o processo de negociação da Convenção Coletiva de Trabalho 2025/2026, incluindo o debate sobre o reajuste salarial da categoria. As negociações seguem em andamento, com propostas sendo apresentadas por ambas as partes em busca de soluções equilibradas.
O Sinetran reforçou seu compromisso com o diálogo contínuo, buscando soluções que garantam a sustentabilidade do transporte público e a valorização dos trabalhadores, respeitando os limites econômicos e as condições do serviço prestado à população de Manaus.