Morador de Rio Claro (SP), Reginaldo era reservado e fanático pelo Palmeiras. Ele passou mal em rua perto de casa, na segunda-feira (7) e não resistiu. Caso é investigado pela Polícia Civil. Morador de Rio Claro (SP), Reginaldo Silva Moreli, de 37 anos, era torcedor fanático do Palmeiras
Arquivo pessoal
Reservado, mas com fortes laços familiares. É assim que a prima descreve Reginaldo Silva Moreli, que vivia em Rio Claro (SP). Ele morreu 40 minutos após ser atendido, medicado e liberado na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da 29. O corpo da vítima de 37 anos foi enterrado no Cemitério Municipal na terça-feira (9). (veja abaixo quem era ele).
Reginaldo, que tinha problemas com esquizofrenia e asma, passou mal após sair da UPA e morreu na rua perto de casa na noite de segunda-feira (7). A Polícia Civil investiga o caso que foi registrado como morte suspeita.
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O homem estava com broncopneumonia, segundo o atestado de óbito que a família teve acesso. Ele relatou ter tomado injeções de dipirona, medicamento para alívio de dor e febre, na unidade de saúde.
A broncopneumonia é um tipo de pneumonia que causa inflamação nos alvéolos, estruturas dos nossos pulmões responsáveis pela troca de oxigênio com o sangue.
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Quem era Reginaldo Moreli
Apesar da natureza reservada, Reginaldo tinha muitos amigos e era visto como uma pessoa tranquila, sem brigas ou rixas com ninguém, descreveu a prima Caroline Litoldo ao g1.
A casa da avó era o ponto de encontro entre os primos, que moravam próximos e sempre se encontravam na rua, no mercado, na padaria.
Reginaldo tinha uma grande paixão: o Palmeiras. Torcedor fanático, a rivalidade era motivo de brincadeiras com os primos, que eram corintianos.
“Enterramos ele com a camisa e uma bandeira do Palmeiras. O pessoal da Mancha Verde [torcida organizada] fez uma homenagem para ele”, contou Caroline.
Reginaldo Silva Moreli, de 37 anos, morreu após ser liberado de UPA em Rio Claro
Reprodução/Facebook
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Reginaldo namorava e não tinha filhos. Tinha começado a trabalhar eu um supermercado há dois meses. Segundo a prima, um de seus desejos era comprar uma nova moto, já que precisou vender a que tinha após sofrer um acidente anos atrás.
Atualmente ele morava com o irmão mais novo e a mãe, que também faz tratamento para esquizofrenia. “Ela não é aposentada e não recebe nenhum benefício. Era dependente deles”, contou a prima.
Triste ao lembrar da perda repentina do primo, Caroline busca entender o que realmente aconteceu para que a família tenha um pouco mais de conforto.
“Não vou deixar passar batido porque é sangue do meu sangue e assim. Ainda que não fosse, a gente tem que ir em busca de respostas porque alguma coisa aconteceu e isso não é justo”, disse.
Atendimento e liberação de UPA
Reginaldo Silva Moreli, 37 anos, morreu 40 minutos após ser liberado de UPA em Rio Claro
Reprodução/Facebook e Divulgação
Reginaldo foi até a UPA durante a noite porque estava se queixando de algumas dores nas costas. Por volta de 20h30, ele foi liberado. Na volta para casa, ele passou mal na rua e foi socorrido por pessoas que estavam em uma padaria.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado, mas a vítima não resistiu e morreu no local. Testemunhas disseram que o Samu demorou cerca de 40 minutos para chegar. A prefeitura nega demora.
Segundo Caroline, o primo ia à UPA da 29 com frequência para receber atendimento por conta da asma.
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O que diz a Fundação de Saúde
A Fundação Municipal de Saúde de Rio Claro disse que está à disposição dos familiares para as informações sobre os atendimentos prestados. Reforçou ainda que foram seguidos todos os protocolos médicos durante o atendimento. A fundação não informou quais medicações ele tomou.
Sobre o atendimento na rua, informou que não procede a informação que o Samu demorou para atender ao chamado. Disse que o serviço de urgência foi acionado pelo Corpo de Bombeiros e uma unidade chegou até o local 6 minutos depois.
Investigação da Polícia Civil
O delegado Carlos Alberto Shio afirmou que aguarda laudo necroscópico e o laudo do Instituto de Criminalística, o que deve acontecer em até 30 dias.
“Nós vamos ouvir os médicos responsáveis pelo atendimento, porque ele passou por uma triagem, por médicos, enfermeiros. Ele foi medicado e liberado. No retorno da sua casa, ele veio ao óbito”, disse.
A polícia também vai investigar uma possível negligência no atendimento ou falha no atendimento da equipe médica da UPA da 29.
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